Os líderes europeus acordaram uma posição de força da União Europeia face à Rússia, como resposta ao envenenamento do ex-espião russo Sergueï Skrip e da filha, em Salisbury, no Reino Unido. A primeira medida passa por chamar a Bruxelas o embaixador da UE em Moscovo, isto depois de a primeira-ministra britânica ter deixado um apelo nesse sentido no jantar dos líderes europeus que aconteceu à margem do Conselho da Primavera.
Desse encontro, May levou mais de duas mãos cheias de apoios oficiais de líderes da União que assinaram por baixo da acusação britânica à Rússia, que considera responsável pelo ataque em solo britânico. Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, falou por todos ao escrever na sua conta oficial no Twitter que o Conselho “concorda com o governo do Reino Unido sobre a elevada probabilidade de ser a Rússia a responsável pelo ataque de Salisbury e em como não há outra explicação plausível” para o sucedido no início deste mês.
Os líder europeus manifestaram também “solidariedade incondicional para com o Reino Unido face a esta grave ameaça à segurança comum” dos estados membros e comprometeram-se a “coordenar” as respostas às informações que entretanto forem dadas pelas autoridades russas sobre este caso. Mas além das palavras e declarações de intenções, os 28 líderes europeus concordaram num primeiro sinal a dar a Moscovo, com a decisão de chamar a Bruxelas o embaixador da União na capital russa para, de acordo com a Associated Press, “consultas sobre o ataque” com um agente nervoso no Reino Unido. Citado pela mesma agência, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, explicou a decisão como “uma medida” e não uma “sanção” contra Moscovo e detalhou que isso não significa a retirada do diplomata da capital russa.
#EUCO agrees with UK government that highly likely Russia is responsible for #SalisburyAttack and that there is no other plausible explanation.
— Donald Tusk (@eucopresident) March 22, 2018
Antes do jantar desta quinta-feira, a primeira-ministra britânica também esteve reunida com Angela Markel e Emmanuel Macron e no final registou o apoio de Alemanha e França à posição do Reino Unido face ao ataque ao ex-espião russo e também registou a disponibilidade dos dois líderes para enviarem uma “mensagem forte” da União Europeia em relação às ações russas. Um porta-voz da Downing Street fez ainda saber que os líderes concordaram ainda em manter contacto próximo nos dias que se seguem.
O governo britânico tem a expectativa que as principais potências europeias possam unir-se ao apelo de May e mandar sair de Moscovo espiões russos, como prova de repúdio pelo ataque que atribui à Rússia e que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson não se coibiu de relacionar mesmo com Vladimir Putin.
The PM, Chancellor Merkel and President Macron today, in Brussels, agreed on the importance of sending a strong European message in response to Russia's actions. https://t.co/t2ievTeZeb pic.twitter.com/bmyGx8L2ea
— UK Prime Minister (@10DowningStreet) March 22, 2018
Esta semana o Reino Unido decidiu expulsar do país 23 diplomatas russos (que acreditava serem espiões) e em resposta, Moscovo mandou sair da Rússia 23 diplomatas britânicos, numa escalada da tensão entre os dois países depois do ataque que o Governo britânico atribuiu ao Kremlin e que May avisa poder constituir “um padrão de agressão russa contra a Europa”.
Reino Unido vai apelar aos líderes europeus para expulsarem espiões russos