A Europol e as autoridades espanholas confirmaram esta segunda-feira que o homem que, alegadamente, estava por trás dos ciberataques a mais de 100 instituições financeiras em mais de 40 países foi detido no passado dia 6 de março. Denis K., um cidadão ucraniano de 34 anos, que vivia em Alicante com a mulher e a filha, liderava uma organização que conseguia roubar bancos à distância. O esquema passava por entrar nos sistemas informáticos dos bancos e fazer com que as caixas automáticas “libertassem” dinheiro a uma hora específica. O dinheiro era depois recolhido por elementos do grupo que se dirigiam a essas máquinas e enviavam a quantia em criptomoedas.

Durante 5 anos, o grupo conhecido como Carbanak, conseguiu roubar mais de 10.000 milhões de euros, segundo a empresa de cibersegurança russa Kaspersky. Na Rússia o grupo teve acesso a praticamente todos os bancos, conseguido roubar dinheiro de cerca de 50 instituições bancárias russas, de acordo com as autoridades espanholas. Em Espanha, a rede atacou no primeiro trimestre de 2017 várias caixas multibanco no centro de Madrid, efetuando levantamentos fraudulentos na ordem dos 500 mil euros. O ministro do Interior espanhol, Juan Ignacio Zoido, disse que a operação que culminou na detenção de Denis K. “foi uma das mais importantes, pela escala internacional e pelas quantidades roubadas.” Para se ter uma melhor noção da dimensão dos ataques deste grupo, em cinco dias era possível roubar entre 800 mil e 1,5 milhões de euros.

Além de Denis K., a “elite” da organização era ainda constituída por mais três homens: um que estava encarregue de fazer spam com o malware que permitia entrar no sistema informático dos bancos. Um outro membro ficava responsável por “navegar” no sistema informático e outro membro era responsável por coordenar os homens que se dirigiam às caixas automáticas.

A investigação sobre este grupo envolveu várias entidades: a polícia espanhola, a Europol, a polícia federal norte-americana (FBI), as autoridades da Roménia, Bielorrússia e de Taiwan, bem como empresas privadas de cibersegurança, como a empresa russa Kaspersky. Nas primeiras declarações à polícia espanhola, e de acordo com fontes da investigação, Denis K. disse que era uma espécie de “Robin dos Bosques”: não roubava as pessoas, mais sim os bancos. O homem vivia em Espanha desde 2014, era licenciado em informática e foi o criador do vírus Carbanak, que acabou por dar o nome ao grupo.

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