O número de suicídios é cada vez maior nas regiões do interior do país, avança a TSF. O envelhecimento, falta de dinamismo social e económico e menor acesso a bens e serviços são algumas das causas que contribuem para a “ruralização do fenómeno suicidiário”.

A conclusão é de um estudo realizado por quatro investigadoras do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra, que analisou números de 1980 a 2015 — o que equivale a 31 mil mortes. Durante anos o Alentejo foi a zona com maior risco de ocorrência deste fenómeno que agora se alastra às zonas Centro e Trás-os-Montes.

Paula Santana, uma das investigadoras, disse, em entrevista à TSF, que as tendências de suicídio se agravaram com a crise económica. A população envelhecida e a falta de dinamismo social são algumas das razões apontadas pelo estudo para que o suicídio tenha maior incidência nestas áreas, mas também o menor acesso a cuidados de saúde primários e apoio social são fatores que “podem potenciar a ideação dos comportamentos suicidas”, de acordo com a investigadora.

Assim, as zonas de risco elevado e muito elevado ficam quase sempre em zonas mais debilitadas — “territórios rurais” que têm, segundo o estudo, “maior estigma em relação à doença mental” e um acesso mais facilitado a armas. Por outro lado, os municípios da Área Metropolitana de Lisboa “passaram a ter valores significativamente baixos de mortalidade por suicido”. De notar que, em anos anteriores, havia áreas de risco nesta região do litoral.

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