O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta terça-feira que a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa constitui “um aviso” e “uma decisão forte por parte do Estado português”. O chefe de Estado falava à entrada para a estreia de uma peça no Teatro Municipal Mirita Casimiro, em Cascais, onde comentou esta decisão anunciada esta terça-feira à noite pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em entrevista no Telejornal da RTP.

“É uma forma muito clara de sinal ou, se quiser, de aviso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela RTP, acrescentando: “É uma decisão forte por parte do Estado português”. Antes, o Presidente da República referiu que “a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa, como se sabe, significa que durante um período, mais ou menos curto, mais ou menos longo, a presença do mais alto representante diplomático português num país deixa de existir”.

No Telejornal da RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros sustentou que a chamada do embaixador em Moscovo para consultas é a medida mais adequada para defender os interesses nacionais e expressar a posição de Portugal no plano internacional. “Usamos de prudência e entendemos que, neste momento, é a medida mais adequada para defender os interesses nacionais e manifestar também no plano internacional a importância que concedemos à responsabilidade da Federação Russa, que tudo leva a crer que seja absoluta, no ataque perpetrado em Salisbury”, disse.

Em 14 de março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com um gás neurotóxico no dia 04 de março na cidade inglesa de Salisbury. Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia. O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.

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