Clara Ponsatí, ex-conselheira do Governo regional da Catalunha, entregou-se numa esquadra de Edimburgo, na Escócia. A decisão estava a ser planeada desde sexta-feira, dia 23, quando o juiz Pablo Llarena emitiu mandados de detenção europeus e internacionais contra seis políticos independentistas que se encontram fora de Espanha – incluindo Ponsatí.

Depois de ter sido presente a um juiz, Clara Ponsatí ficou em liberdade após pagamento de fiança, de acordo com a BBC. A ex-conselheira fica, ainda assim, sujeita a uma mandado de detenção em solo espanhol.

A ex-conselheira para a Educação partiu para a Bélgica a 30 de outubro, em conjunto com Carles Puigdemont, mas mudou-se para a Escócia há algumas semanas, onde iria trabalhar na Universidade de St. Andrews como professora de Economia. No passado domingo, anunciou que estava a preparar a sua entrega às autoridades escocesas e recebeu o apoio do Partido Nacionalista Escocês, confesso defensor da independência da Catalunha.

Independentista catalã exilada na Escócia pronta a entregar-se às autoridades

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No Twitter, além de anunciar a entrega à justiça escocesa, Clara Ponsatí lançou uma campanha de crowdfunding para angariar 200 mil libras para ajudar com os custos da sua defesa — inicialmente o objetivo foi 100 mil libras, depois passou para 150 mil e subiu depois para 200 mil. Às 15h10 (hora de Lisboa) desta quarta-feira, o objetivo inicial de 100 mil libras já tinha sido largamente ultrapassado, com o total angariado a chegar às 159 380 libras (quase 182 mil euros).

O advogado da ex-conselheira também recorreu ao Twitter para partilhar a campanha de angariação de fundos. Aamer Anwar, que também é o reitor da Universidade de Glasgow, publicou depois um vídeo de Clara Ponsatí e acrescentou então que a catalã ia ser ouvida por um juiz às 14:00.

“Quero agradecer-vos muito, do fundo do meu coração, a todas as pessoas que estão a contribuir para a minha defesa e para a causa catalã. Obrigada aos escoceses e a todas as pessoas que estão a apoiar a democracia. Muito obrigada”, diz a ex-conselheira, em inglês, dentro de um carro.