A adesão ao segundo dia de greve dos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) rondava às 10h00 os 70%, encontrando-se quase todos os postos de atendimento encerrados, segundo a presidente do Sindicato.

“Hoje a adesão desceu ligeiramente em relação ao dia de ontem [terça-feira], no qual tivemos 80%. Hoje situa-se entre os 65 e os 70%, mas nós continuamos a achar que os números são muito altos face aos três dias [previstos de greve], face ao nível de salários que a maior parte dessas pessoas aufere, ou seja, três dias era muito, e continuamos a pensar que amanhã [quinta-feira] será o grande pico de greve”, disse à Lusa a presidente do Sindicato dos Funcionários do SEF.

No que diz respeito aos postos de atendimento, Manuela Niza adiantou que à semelhança do primeiro dia de greve, estão praticamente todos encerrados. “Tal como ontem, o posto da Avenida António Augusto de Aguiar, em Lisboa, está a ser assegurado por trabalhadores precários”, disse.

Manuela Niza adiantou também que a paralisação de trabalhadores vai ter repercussões não durante os três dias de greve, mas depois. “A greve vai ter repercussões não tanto no próprio dia, mas depois ao nível do atendimento, marcações e decisões. É um atraso muito grande na parte documental”, disse.

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A responsável adiantou ainda que o sindicato vai reunir-se no dia 3 de abril com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Os funcionários do SEF iniciaram na terça-feira uma greve de três dias para alertar para o que chamam de “situação caótica” naquele serviço.

“O SEF deprime-se e torna-se dia-a-dia cada vez mais ineficaz, as demoras agravam-se, as respostas não chegam, os utentes desesperam”, refere o sindicato, que reivindica o reconhecimento das carreiras dos funcionários não policiais.

Para a presidente do sindicato, os funcionários estão a lutar há muito tempo por uma carreira digna, que tem sido protelada “pelas tutelas e pelas direções nacionais”. A carreira não policial tem perto de 600 funcionários que trabalham no serviço documental, que inclui a emissão de passaportes, autorizações de residência e vistos gold, de um total de 1.200 funcionários do SEF.

Também na terça-feira, a associação solidariedade imigrante promoveu uma concentração junto às instalações do SEF para protestar contra a falta de documentos e a demora nas autorizações de residência. O protesto reuniu várias dezenas de imigrantes, na maioria provenientes do Bangladesh, Nepal e Paquistão, e que se sentaram na avenida António Augusto Aguiar, junto às instalações do SEF.

Ao mesmo tempo que decorria a manifestação dos imigrantes, o Sindicato dos Funcionários do SEF tinha marcado uma concentração silenciosa. Manuela Niza compreendeu as reivindicações dos imigrantes, explicando que uma das batalhas do sindicato também é a falta de pessoal, associada a uma carreira digna, enquadrada numa lei orgânica e um estatuto profissional.