O chefe da diplomacia britânico, Boris Johnson, agradeceu esta quinta-feira a Portugal “a solidariedade” para com o Reino Unido, destacando “a seriedade” da decisão de chamar o embaixador português em Moscovo após o ataque ao ex-espião russo no Reino Unido. Numa mensagem enviada esta quinta-feira ao ministro dos Negócios Estrangeiros português, a que a agência Lusa teve acesso, Boris Johnson agradece “pessoalmente pela ação” de Portugal, ao ter chamado o embaixador português em Moscovo para consultas após o ataque com um agente químico em Salisbury (sudoeste de Inglaterra), a 04 de março, ao ex-espião Serguei Skripal, e à filha Yulia.

As autoridades britânicas afirmaram que os dois foram envenenados com um agente neurotóxico de tipo militar e responsabilizaram a Rússia pelo incidente que classificaram como um ataque. “Não subestimo nem por um momento a seriedade desta decisão. Aprecio profundamente as vossas ações e a vossa solidariedade para com o Reino Unido”, afirma o governante britânico, na mensagem ao homólogo português. Johnson refere que “apenas uma resposta coletiva internacional seria eficaz” após o “odioso ataque químico” em Salisbury.

“O padrão de comportamento disruptivo e imprudente do governo russo representa uma ameaça para todos nós. As expulsões coletivas sem precedentes que temos visto até agora representam um sinal poderoso da nossa determinação em respondermos juntos, de forma apropriada e firme, a esta ameaça”, considera. O ministro britânico apela a que os países ocidentais se mantenham unidos: ” É importante que (…) continuemos a desenvolver a nossa resiliência às ameaças russas à nossa segurança e desafios aos nossos valores”. “Espero poder contar com o seu apoio enquanto levamos este importante trabalho em diante”, afirma ainda na carta.

O caso Skripal já deu origem a uma ação concertada de 27 países, entre os quais dois terços dos Estados membros da União Europeia (UE), além de Estados Unidos, Canadá e também NATO, de expulsão de mais de 140 diplomatas russos. Portugal mantém-se entre os países que optou por não expulsar funcionários diplomáticos russos, argumentando que “a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento mais eficaz para responder à gravidade da situação presente”. Santos Silva anunciou na terça-feira que chamou o embaixador português em Moscovo, Paulo Vizeu Pinheiro, “para consultas”. Esta quinta-feira, Moscovo anunciou a expulsão de 60 diplomatas norte-americanos e o encerramento do consulado norte-americano em São Petersburgo.

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