Um antigo vice-presidente da câmara numa cidade da província de Shanxi, noroeste da China, foi condenado à pena de morte por aceitar mais de mil milhões de yuan em subornos, informou esta quinta-feira a imprensa oficial.

Na sentença, o tribunal considerou Zhang Zhongsheng — apelidado na China de “Padrinho” pela sua influência na cidade de Luliang — de ser “extremamente” ganancioso e “desprezar as leis e regulamentos”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. “Ele merece a mais pesada das penas pelas grandes perdas que causou ao país e ao povo”, lê-se no veredicto.

Shanxi, o coração da indústria do carvão na China, foi fortemente atingida pela campanha anticorrupção lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista.

A província foi descrita como sofrendo de uma “avalanche de corrupção” entre os funcionários locais, que levou à detenção de vários funcionários e empresários. A condenação de Zhang, de 65 anos, à pena de morte é, no entanto, invulgarmente pesada em casos envolvendo crimes económicos.

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O antigo vice-presidente da câmara trabalhou no governo local durante cerca de 40 anos até ter sido colocado sob investigação pela agência anticorrupção do Partido Comunista Chinês, em 2014.

Segundo a Xinhua, Zhang aceitou mais de mil milhões de yuan (cerca de 130 milhões de euros) em subornos, entre 1997 e 2013, em troca de favorecer empresários locais, ao aprovar licenças para exploração de minas de carvão e outros projetos.

Em Luliang, onde o boom na indústria do carvão tornou vários proprietários de minas em milionários, um quinto dos 3,7 milhões de habitantes continua a viver na pobreza, segundo dados oficiais.