A Comissão Especializada de Vacinas da Apifarma apelou, em comunicado, à vacinação da população como principal medida de prevenção do sarampo, depois de os casos terem superado já o dobro dos registados em 2017. “A população deve verificar o boletim de vacinas e, em caso de necessidade, proceder à vacinação. A vacina é gratuita e está disponível para todas as pessoas presentes em Portugal”, alerta a comissão.

Caso desconheça se está vacinado, deve contactar o Centro de Contacto do SNS (808 24 24 24) ou o seu médico assistente/ serviço de saúde.

“O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas. O vírus que origina a doença é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra”, refere o comunicado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera as vacinas “uma das maiores histórias de sucesso da medicina moderna”, recorda a comissão. As vacinas evitaram pelo menos 10 milhões de mortes entre 2010 e 2015, o que se traduz em importantes ganhos em termos de saúde pública, como foi o caso da erradicação da poliomielite em muitas partes do mundo e da varíola em todo o globo.

A Apifarma elenca ainda três razões para considerar a vacinação prioritária:

  1. A vacinação salva mais de 3 milhões de vidas por ano, em todo o mundo e evita que tantas outras sofram a doença e a incapacidade ao longo da vida (estimativa da OMS, 2009). Quando uma vacina é introduzida, as taxas de cobertura vacinal aumentam gradualmente e o número de pessoas com a doença diminui dramaticamente.
  2. De acordo com os dados disponíveis de 2010, a mortalidade infantil estimada por mil nados vivos é 17,68 nas repúblicas da Ásia Central, em comparação com 3,79 na União Europeia (European Health for All Database). A vacinação não é apenas eficaz para reduzir a doença e a morte, mas pode ser usada como uma estratégia para ajudar a reduzir as desigualdades na prestação de cuidados de saúde.
  3.  Os vírus e bactérias não respeitam fronteiras, assistindo-se a surtos de sarampo na Europa que se espalharam de um país para o outro. Nos últimos anos, os países europeus debatem-se com surtos esporádicos, especialmente de sarampo. Estes surtos acontecem devido à acumulação de pessoas susceptíveis não vacinadas, o que permite uma ampla e rápida disseminação do vírus. A prevenção deve ser mantida e reforçada pois a propagação global de doenças e o ressurgimento de doenças que estão controladas na região é uma preocupação permanente.

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