O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve reunir-se de urgência hoje à noite para discutir a violência na Faixa de Gaza, onde o exército israelita matou pelo menos 15 palestinianos, disseram fonte diplomáticas.

A reunião, convocada a pedido do Kuwait, deve realizar-se a partir das 22h30 GMT (23h30 em Portugal), disse fonte diplomática citada pela agência de notícias France Press.

A luta entre milhares de palestinianos na fronteira e os soldados israelitas degenerou em confrontos com consequências das mais gravosas dos últimos anos.

Sobe para 12 número de palestinianos mortos em confrontos com exército israelita

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Dezenas de milhar de palestinianos, incluindo mulheres e crianças, convergiram para a barreira fronteiriça que separa a Faixa de Gaza de Israel, num protesto intitulado “A Grande Marcha do Regresso”, convocado pelo movimento radical palestiniano Hamas, por ocasião da comemoração do Dia da Terra da Palestina. Esta data é comemorada a 30 de março em homenagem aos acontecimentos ocorridos, neste mesmo dia, em 1976, quando confrontos entre palestinianos e israelitas terminaram com vários mortos e feridos.

Ali os manifestantes envolveram-se em confrontos com os soldados israelitas.

O movimento de protesto, organizado pelo Hamas (movimento fundamentalista islâmico da Palestina) deve durar seis semanas e destina-se a exigir o “direito de retorno” dos refugiados palestinianos e denunciar o estrito bloqueio de Gaza.

O saldo de 15 mortos torna o dia de hoje o mais sangrento em Gaza desde a guerra de 2014 entre Israel e o Hamas. Os confrontos ao longo da vedação provocaram pelo menos 750 feridos, disse o Ministério da Saúde da Palestina, citado pela Agência Associated Press.

Milhares de pessoas, cerca de 17 mil segundo algumas agências internacionais e 30 mil segundo outras, concentraram-se junto de vários pontos da fronteira de Gaza com Israel. O movimento radical palestiniano controla a faixa de Gaza, enclave palestiniano sob bloqueio israelita e egípcio, desde 2007.

As forças israelitas, que também destacaram blindados para a zona fronteiriça, utilizaram munições reais contra os manifestantes que tentavam ultrapassar as barreiras de segurança.

O exército israelita afirmou que utilizou balas reais depois de os manifestantes palestinianos, situados junto à zona fronteiriça, terem lançado pedras e bombas incendiárias em direção aos soldados israelitas.

O exército informou também que atacou três posições do Hamas, com tanques e aviões, na sequência dos ataques contra a fronteira, que incluíram disparos do lado palestiniano por parte de duas pessoas, que foram mortas.

Uma porta-voz do Exército israelita, citado pela agência Efe, disse que os suspeitos “se aproximaram da cerca de segurança e dispararam contra as tropas do Exército” e que, como resposta, os soldados dispararam “contra os terroristas” e também contra “três posições perto do Hamas”.

Israel não reportou vítimas nem danos materiais.