Ao contrário do previsto, a “atividade solar” foi “baixa” no final desta semana e, por isso, já este sábado a Agência Espacial Europeia (ESA) adiou em algumas horas a previsão do intervalo temporal em que a estação espacial chinesa Tiangong-1 deverá cair na terra. A nova estimativa (que já era uma revisão da anterior) aponta para um impacto entre o final da noite de domingo e o início da manhã de segunda-feira. Mas, como até aqui, a previsão envolve um significativo grau de incerteza. Recorde-se que a estação espacial tem o tamanho de um autocarro escolar e tem 3% de probabilidades de cair entre o Porto e o Minho.

Este sábado de manhã, a ESA voltou a fazer os cálculos e reviu o horário para o impacto na estação espacial chinesa na superfície da Terra. A agência refere que a equipa que acompanha a aproximação daquele corpo à terra “prevê agora uma janela [de entrada] entre as 22h25 de 1 de abril”, que se prolonga para “o início da manhã de dia 2”. Ainda que a poucas horas da queda da estação espacial, a previsão mantém-se “altamente variável”, ressalta a ESA.

Esta nova revisão prende-se com o mesmo fator que já na sexta-feira tinha obrigado a uma alteração dos dados. A Agência Espacial Europeia explica: “Uma corrente de partículas do Sol que viajam a alta velocidade, e que se esperava que atingissem a Terra e influenciassem o campo magnético do nosso planeta, não teve, na verdade, qualquer efeito” a esse nível, “e prevê-se agora que o tempo espacial à volta da Terra e da sua atmosfera se mantenha nos próximos tempos”, refere uma nota publicada este sábado pela ESA.

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A estação chinesa — cujo nome significa “Palácio Celestial” — foi lançada para o espaço em 2011 mas estava desativada há cinco anos. Aquando da sua última operação, foi posta em suspensão para depois ser guiada para dentro do planeta de forma controlada. No entanto, em março do ano passado, a Administração Espacial Nacional da China apontou, sem pormenorizar, que a estação deixara de funcionar e já não estava a enviar informações — pelo que estaria em queda livre em direção à Terra. No decorrer dessa queda, já passou por Alemanha, França e Espanha.

As probabilidade de um humano ser atingido por fragmentos da estação (que deverá desintegrar-se ao atravessar a atmosfera) são ínfimas. No seu site, a ESA refere que estas  são “dez milhões de vezes inferiores às de alguém ser atingido por um raio, algures durante um ano”.

China diz que queda de estação espacial será espetáculo magnífico

Entretanto, a China minimizou esta sexta-feira o impacto da entrada na atmosfera da estação espacial chinesa Tiangong-1, prevista para este fim de semana, e prometeu mesmo que será um espetáculo magnífico, semelhante a uma chuva de meteoros.

“As pessoas não têm motivos para se preocupar”, assegurou a entidade chinesa responsável pela conceção dos voos espaciais tripulados (CMSEO, na sigla em inglês), numa mensagem publicada nas redes sociais.

Este género de estação espacial “não cai violentamente sobre a Terra como nos filmes de ficção científica, mas desintegra-se como uma magnífica chuva de meteoros num belo céu estrelado, à medida que os respetivos destroços avançam em direção à Terra”, explicou a entidade chinesa.