O Ministério Público, através da Procuradoria-Geral de Schleswig Holstein (Norte da Alemanha) espera poder apresentar na terça-feira ao tribunal uma decisão sobre a extradição do ex-presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, informou o vice-procurador geral, Ralph Döpper, à Efe.

A Procuradoria ainda está a analisar a ordem de detenção e extradição emitida por Espanha, para determinar se pede a tramitação da extradição ao tribunal de Schleswig, em cujas mãos estará a decisão definitiva.

Ainda estamos a trabalhar nesse processo e confiamos que poderemos apresentar a nossa decisão na terça-feira”, afirmou Döpper, cuja equipa está a estudar a documentação remetida pela justiça espanhola, que processou Puidgemont pelos crimes de rebelião e desvio de fundos públicos.

Desde que foi detido, no passado domingo, depois de atravessar a fronteira da Dinamarca, Carles Puidgemont encontra-se na prisão de Neumünster.

O tribunal de primeira instância dessa localidade decidiu que o político deveria permanecer na prisão enquanto o caso é avaliado, por considerar que existe perigo de fuga.

O seu advogado, Wolfgang Schomburg, mostrou-se confiante na justiça alemã e, em ultima instância, no Governo de Ângela Merkel, ao qual pediu que não autorize a extradição, se o tribunal a determinar.

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Hoje, Carles Puigdemont advertiu, através da plataforma da rede social Twitter, que não irá desistir, nem renunciar ou retirar-se perante a “atuação ilegítima de quem perdeu nas urnas”.

Na sua primeira mensagem difundida desde que cedeu o controlo dos seus perfis nas redes sociais, Puidgemont deu a entender que não faz parte dos seus planos dar um passo atrás na sua linha política.

“Que seja claro: não desistirei, não renunciarei, não me retirarei perante a atuação ilegítima de quem perdeu nas urnas ou antes da arbitrariedade de quem está disposto o preço de abandonar o Estado de direito e a justiça pela unidade da pátria”, sublinhou.

Puigdemont adverte que não vai desistir nem retirar-se

Em 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.