A Câmara de Roma está a analisar a que instituição ou causa vai entregar cerca de 1,5 milhões de euros anuais, a partir de 2019. Mas esta não é uma nova rubrica solidária lançada pela presidente, Virginia Raggi. Esse é o valor a que chegam as doações expontâneas dos milhões de turistas que passam por um dos pontos míticos da capital italiana, a Fontana di Trevi, e que está sem destinatário depois de a autarquia ter decidido que vai deixar de entregar a verba à Cáritas.

A pergunta do El País é sugestiva: “De quem é o milhão e meio de euros debaixo da Fontana di Trevi?” O título, a sugerir uma qualquer descoberta arqueológica, remete afinal para a dúvida que paira sobre a cabeça de que gere os destinos de uma das cidades mais visitadas da Europa.

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A tradição dita que quem passa pela fonte deve parar por um momento, entregar as costas à queda de água idealizada por Nicola Salvi e lançar uma moeda por cima do ombro enquanto pede um desejo. À noite, quando por algumas horas se suspende essa maré (e são cerca de 450 mil pessoas, mês após mês), entram em campo os funcionários da câmara. Com um aspirador, recolhem as contribuições. E, em 2016, último ano em que foram tornadas públicas as contas feitas a esse trabalho, a Câmara de Roma tinha colocada nas mãos da Cáritas 1,5 milhões de euros.

Foi sempre assim, nos últimos 17 anos. Mas vai deixar de ser. Depois de decidir que esse dinheiro deixava de ser entregue àquela instituição da Igreja Católica já no final de março, a autarquia voltou atrás. E só em janeiro de 2019 as contribuições seguem outro destino. Qual, não é ainda certo. A decisão está nas mãos de Virginia Raggi.

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