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Uma volta depois, vira o disco e toca o mesmo (a crónica do Benfica-V. Guimarães)

Este artigo tem mais de 5 anos

Foi em Guimarães que o Benfica mudou o chip, foi com o V. Guimarães que o Benfica somou o oitavo triunfo (2-0): é sempre o mesmo a marcar (Jonas), mas há um mundo de diferenças em cinco meses.

Jonas fez o sexto bis da temporada e superou o melhor registo que tinha na Liga com 33 golos em 28 jornadas
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Jonas fez o sexto bis da temporada e superou o melhor registo que tinha na Liga com 33 golos em 28 jornadas

EPA

Jonas fez o sexto bis da temporada e superou o melhor registo que tinha na Liga com 33 golos em 28 jornadas

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Revisão da matéria dada e apresentação do Benfica. Ou melhor, deste Benfica. Esta era a equipa que levava 36 jogos consecutivos sem perder em casa para a Liga (a última derrota, frente ao FC Porto, tinha José Peseiro no banco adversário). Esta era a equipa que não perdia há 21 jornadas. Esta era a equipa que marcava há 14 jornadas seguidas. Esta era a equipa que atravessava uma sequência de sete triunfos. Porquê esta apresentação? Porque tudo o que está em cima provavelmente não era hoje escrito se não fosse uma mudança em Guimarães.

A 5 de novembro, na deslocação ao Minho, Rui Vitória utilizou pela primeira vez o 4x3x3 com Krovinovic a ocupar posição no corredor central em movimentações para uma das alas tal como Pizzi. O Benfica já tinha perdido no Bessa, já tinha somado empates em Vila do Conde e na Madeira, mas já tinha sobretudo contabilizado uma série de encontros que eram uma autêntica sombra do que tinha feito nas duas épocas anteriores. A adaptação ao novo sistema, a um modelo com nuances distintas nas movimentações e dinâmicas e à figura de Jonas sozinho na frente não foi imediata, mas cresceu com o tempo. Cresceu tanto que se tornou imune às ausências de alguns dos jogadores fulcrais. Contas feitas, foram 14 triunfos e apenas três empates, diante de FC Porto, Sporting e Belenenses.

Benfica vence V. Guimarães com mais um bis de Jonas (2-0) e lidera Liga à condição

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Cinco meses depois, na receção ao V. Guimarães, o Benfica voltou a ganhar por 2-0. Foi difícil, mas justo. E entre as diferenças na equipa de novembro e esta, sobra o goleador do costume: Jonas. Em vésperas de fazer 34 anos, o brasileiro fez o sexto bis da época e superou a melhor temporada de sempre no Campeonato com 33 golos.

Ficha de jogo

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Benfica-V. Guimarães, 2-0

28.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)

Benfica: Bruno Varela; André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo; Fejsa, Pizzi, Zivkovic (Seferovic, 90′); Rafa, Cervi (Raúl Jiménez, 69′) e Jonas (Salvio, 89′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Luisão, Samaris e João Carvalho

Treinador: Rui Vitória

V. Guimarães: Miguel Silva; João Aurélio, Jubal, Pedro Henrique, Konan; Wakaso (Joseph, 55′), Rafael Miranda, Mattheus Oliveira; Sturgeon (Hélder Ferreira, 85′), Heldon (Whelton, 79′) e Raphinha

Suplentes não utilizados: Miguel, Moreno, Vigário e Oscar Estupiñan

Treinador: José Peseiro

Golos: Jonas (45+1′, g.p. e 78′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Raphinha (45′), Mattheus Oliveira (45′), Fejsa (54′), Jardel (61′) e Jubal (72′)

Num jogo que marcava o regresso de Salvio aos convocados do Benfica após lesão (além da inclusão de Rúben Dias, que falhou os compromissos da Seleção por lesão), a maior surpresa acabou por vir do V. Guimarães. E teve um pouco de tudo, entre nomes, posições em campo e até movimentações: não podendo contar com Rafael Martins, que sofreu uma fractura no nariz, José Peseiro optou por alinhar sem um avançado fixo na área, colocou Raphinha mais solto na frente (quando se pensava que seria Sturgeon ou Heldon) e organizou duas linhas compactas atrás da linha da bola no intuito de condicionar o jogo interior e entre linhas dos encarnados.

De início, não funcionou. Não funcionou mesmo: a dinâmica ofensiva do Benfica, com constantes movimentos e qualidade na troca de bola (sobretudo pelo lado esquerdo, com Cervi, Grimaldo e Zivkovic), acabou não só por conseguir sempre libertar um jogador para cruzamento mas também por inibir por completo os minhotos, que tinham Mattheus Oliveira como principal pêndulo armador de jogo, de sair em transições. Por isso, e até aos dez minutos, Jonas teve a única ameaça e muito ténue, a cabecear fraco para Miguel Silva (e após mais um lance com André Almeida ao barulho, que soma 16 passes para finalização para o brasileiro). Foi nesse momento que os vimaranenses saíram pela primeira vez com alguma expressão, obrigando Grimaldo a defender por dentro e a antecipar-se a Sturgeon após boa investida de Raphinha que foi do meio para a esquerda antes do cruzamento.

Não estando propriamente nos seus dias (mais uma vez), Pizzi começou a aparecer mais no jogo e, em dois lances quase em minutos consecutivos, teve outros tantos remates desenquadrados: primeiro ao lado na área, após uma fabuloso passe picado de Jonas por cima dos centrais minhotos; depois, de fora da área muito por cima. Mas havia mais V. Guimarães no jogo, sobretudo pela solidez que a organização defensiva tinha conseguido e que dava outra confiança nas saídas atacantes. Grimaldo foi dobrar (outra vez) os centrais ao meio após cruzamento da esquerda, mas já antes os minhotos tinham marcado por Raphinha no seguimento de um esquema táctico, lance anulado porque Jubal, que fez a assistência para o avançado, estava em posição irregular no momento do passe.

O nulo ao intervalo parecia incontornável até que, um pouco do nada face ao que se tinha passado nos minutos anteriores, o Benfica chegou ao golo: na sequência de um canto apontado na direita com um primeiro toque de Jardel de cabeça, João Aurélio tocou a bola com a mão e, após ouvir a indicação do VAR, o próprio Carlos Xistra foi ao ecrã no relvado rever o lance e considerou falta. Bola para um lado, guarda-redes para outro e golo de Jonas quando já estávamos a entrar no período de compensação da primeira parte (45+1′).

O segundo tempo começou de novo com mais Benfica mas um protagonista novo: Grimaldo, que enquadrou três remates e só não aumentou a vantagem porque Miguel Silva foi-se mostrando atento às investidas do espanhol. Às vezes dava ideia de que, apesar da vantagem mínima, o jogo estava controlado; depois, Raphinha recuava um pouco mais, conseguia sair embalado em transições e deixava aquela sensação de que, com mais presença na zona ofensiva, o V. Guimarães poderia conseguir algo mais da partida (apesar da derrota, os vimaranenses subiram muito em relação aos últimos jogos mas sem a profundidade necessária). Até que entrou Raúl Jiménez (69′).

O mexicano entrou para a zona certa no momento certo. Expliquemos: por um lado, conseguiu aproveitar um normal desgaste físico que se ia sentindo na defesa dos minhotos, na altura a tentar subir um pouco as linhas para colocar mais unidades no último terço; por outro, teve o condão de soltar Jonas do autêntico colete de forças que estava montado e que fechava todas as portas de finalização ao brasileiro. A cereja no topo do bolo dessa viragem acabou mesmo por ser a assistência para o golo que sentenciou o encontro, com um fabuloso cruzamento de letra que o número 10 conseguiu desviar de cabeça na pequena área (78′).

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