Comboios de Portugal garantiu esta segunda-feira que cumpriu 63% da circulação prevista até às 12h00, tendo sido suprimidos 215 comboios a nível nacional, resultado da greve dos trabalhadores das Infraestruturas (IP) de Portugal.

As ligações onde a paralisação está a ter um maior impacto são as de longo curso e regionais, disse à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela. Segundo os dados da empresa, os urbanos de Lisboa e do Porto estão numa situação de “quase normalidade”, tendo sido cumpridas 93% e 75% das ligações previstas, respetivamente.

No longo curso, foram realizadas 11% das ligações no “Alfa” até às 12h00 e 20% no “Intercidades”. Nas ligações regionais, 13% dos comboios previstos foram realizados e nos inter-regionais foram 17%, acrescentou. No total, foram realizadas durante este período 369 ligações.

Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem um dia de greve, sem que haja serviços mínimos para os comboios de passageiros.

Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), disse que no período da noite “praticamente toda a circulação ferroviária foi suprimida” e disse que as indicações mostram que a adesão será idêntica aos valores alcançados na greve do passado dia 12 de março.

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“A empresa desta vez organizou piquetes anti greve com quadros intermédios a assegurarem alguns serviços e até se admite que, nalgumas áreas, possa haver mais comboios do que houve no dia 12, mas isso não significa que estejam menos trabalhadores em greve”, afirmou. Segundo José Manuel Oliveira, os dados que chegam à Fectrans apontam para “grandes perturbações em todas as linhas e em todos os serviços”.

“Na área das Estradas de Portugal, nalguns casos, a adesão pode ser mais elevada do que a da greve de 12 de março, mas aí os efeitos visíveis da greve não são tão claros como na estrutura ferroviária, por causa do impacto na circulação de comboios”, explicou o sindicalista.

A IP queria para este dia serviços mínimos correspondentes a 25% do número de composições habituais de transporte de passageiros, mas o tribunal arbitral entendeu não decretar face à curta duração da greve e por haver transportes alternativos. Na lista de serviços mínimos estarão apenas, por exemplo, os comboios que se encontrem em marcha à hora do início da greve, os “serviços necessários à movimentação dos ‘comboios socorro'” e “os serviços urgentes relativos ao transporte de mercadorias perigosas e bens perecíveis”.