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Moçambique. Leopardo visto pela primeira vez em 14 anos na Gorongosa

Este artigo tem mais de 5 anos

Felino apareceu de surpresa, pela primeira vez em 14 anos, a um grupo no parque moçambicano e foi 'apanhado' pelas câmaras por breves segundos. Foi visto a apenas dez minutos do acampamento.

Há pelo menos 14 anos que a espécie não era avistada naquela região. Mas, na noite da passada quinta-feira, 29 de março, um pequeno grupo de guias e visitantes foi apanhado de surpresa pela visita de um leopardo num trilho por onde seguiam no Parque Nacional da Gorongosa. A sua passagem no meio da floresta ficou registada: sem pressas nem sustos, foi possível, por breves segundos, fotografar e filmar o felino, um dos predadores mais ágeis e temidos do território africano.

A notícia foi rapidamente divulgada pelos responsáveis do parque e pelo seu principal apoiante e financiador, o norte-americano Gregory Carr, que publicou a informação e as imagens nas redes sociais. “Esta noite, este leopardo foi visto pelos nossos guias e alguns convidados, a dez minutos do Campo Chitengo, na Gorongosa. É a primeira vez em 14 anos que vemos um leopardo na zona sul do parque. Um sinal maravilhoso de que o ecossistema está saudável”, escreveu Gregory Carr, nos posts em que partilhou as imagens captadas por Zander Beetge.

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Há já algum tempo que os vigilantes do parque suspeitam e falam da presença de, pelo menos, um a dois leopardos naquela região. Mas apesar dessas suspeitas e de alguns vestígios, nunca foi possível avistar qualquer um destes animais… até à semana passada. O animal foi avistado a uma curta distância do campo de Chitengo, onde estão centralizados os alojamentos e restantes serviços do parque.

O avistamento do leopardo — que ficou registado em fotografia e vídeo — está a ser encarado como mais um sinal do bem sucedido projeto de repovoamento da vida selvagem no parque moçambicano desenvolvido nos últimos anos.

Situada na província da Sofala, no centro de Moçambique, a Gorongosa já foi um dos mais importantes parques naturais do continente africano, com uma das mais densas e diversificadas populações de vida selvagem. Um universo que a guerra civil em Moçambique, iniciada em 1981, destruiu em quase 95% durante mais de uma década.

Durante esse período de conflito, o parque foi encerrado e abandonado e tornou-se refúgio de guerrilheiros e palco de batalhas e ataques. A população de grandes mamíferos foi dizimada ao longo desses anos, em especial os elefantes, que eram abatidos para extração das presas de marfim e cujas receitas da venda eram usadas para financiar a guerrilha, e os leões, que se tornaram alvo de caçadas desportivas ou acabaram por morrer à fome após o desaparecimento das suas presas. Entre as várias vítimas, a guerra não poupou espécies como zebras, bois-cavalo ou búfalos — um problema a que se juntou mais tarde a caça furtiva no parque. Menos atingidas foram as comunidades de aves, dado que as mais de 400 espécies sobreviveram quase todas aos ataques.

Uma recuperação lenta, mas bem sucedida

Os planos para recuperar a mítica Gorongosa começaram a desenhar-se em 1995, mas o maior impulso deu-se em 2008, quando o governo de Moçambique recebeu o apoio da Fundação Carr – Projecto de Restauração da Gorongosa, uma organização sem fins lucrativos de origem norte-americana. Uma entidade liderada pelo filantropo Gregory Carr, empresário que fez fortuna nas novas tecnologias e que foi um dos pioneiros do voice mal.

Com o seu envolvimento, o projeto para regenerar a Gorongosa recebeu um investimento de cerca de 40 milhões de dólares e um compromisso a longo prazo para tentar repovoar a região com as espécies desaparecidas ou dizimadas nos últimos anos. Além disso, tem sido feito um esforço no sentido de promover o turismo na zona e promover a investigação num local conhecido por ter uma das mais ricas biodiversidades do mundo.

Vários documentários têm sido dedicados a esse trabalho de regeneração no parque, incluindo um recente da National Geographic, sobre a Gorongosa como “um paraíso perdido em África“.

O parque, que está aberto a visitantes e organiza safaris entre abril e novembro (encerra entre meados de dezembro e final de março por causa da época das cheias), mantém uma zona reservada — que tem o nome de ‘santuário’ — onde são preservadas e desenvolvidas espécies animais até serem libertadas para repovoamento. A sobrevivência de algumas delas tem dependido dessas iniciativas.

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