Em termos de design, alguns fabricantes ficam de tal forma embevecidos com a linguagem estilística que criaram para um determinado automóvel que acabam por fazer mais do mesmo nos modelos seguintes, naquilo a que chamam (pomposamente) a identidade visual da marca.

Como o leitor terá já certamente reparado, isso é particularmente evidente entre os construtores alemães, que elevam a noção de “ar de família” a um perigoso “grau de parentesco”: gémeos! Ou seja, apesar de proporem automóveis de diferentes gamas, as marcas alemãs têm uma certa tendência para replicar o estilo de uma criação para outra. Resultado: carros muito, mas mesmo muito, parecidos. De tal forma que, por vezes, é difícil distinguir uns dos outros ao primeiro olhar. Aconteceu, sobretudo no passado, com algumas das propostas da Audi; continua a acontecer na Mercedes e na BMW. A boa notícia é que o jogo do “descubra as diferenças” vai-se acabar.

Audi decreta: acabou-se o “copianço” no design

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois de a Audi ter assumido que iria dizer ‘não’ à cópia, eis que as restantes marcas premium germânicas copiam esse movimento, vindo garantir que também elas vão seguir essa orientação estilística. Ou seja, no futuro, nada de BMW ou de Mercedes muito parecidos.

Está claro que, do ponto de vista das marcas, a interpretação que é dada a este redireccionamento é explicada da forma que melhor serve os interesses da casa. Exemplo disso? As declarações do CEO da Daimler à Automotive News, com Dieter Zetsche a colocar a tónica no pioneirismo da Mercedes, para justificar o facto de o novo Classe A ter uma estética muito mais ‘clean’ do que o anterior. Porque, segundo ele, o antigo tinha de ser impactante a ponto de atrair o olhar do público para conquistar clientes.

Esta filosofia de design, em grande parte, foi seguida pelos nossos concorrentes. Por isso, é hora de seguir em frente”, defendeu Zetsche, antecipando um estilo mais simples e harmonioso nos futuros modelos da marca da estrela.

Por seu turno, o próprio chefe de Design do Grupo BMW também reconhece que o estilo será determinante, no futuro, para diferenciar as propostas do construtor bávaro. A isso obriga uma concorrência crescente, entende Adrian van Hooydonk, acrescentando que se as tendências mudam, a marca tem de se adaptar o mais depressa possível. “Daqui para a frente, vamos simplificar o nosso design, com linhas mais vincadas e precisas”, antecipa.