Tiger Woods está de regresso a um major (a categoria mais importante dos torneios) do circuito PGA de golfe e a expectativa para assistir ao desempenho do norte-americano está em alta. Esta quinta-feira começa o ‘Masters’, em Augusta, no estado americano de Georgia, um torneio que Tiger Woods não joga há três anos e que não consegue ganhar há 13. Depois de ter sido preso por conduzir embriagado e ter sido submetido à quarta operação às costas em apenas três anos, o golfista teve que recuperar não apenas fisicamente mas também mentalmente.

A recuperação física

Em 2014, Tiger Woods foi operado pela primeira vez às costas. Passado um ano, em 2015, foi operado novamente, por duas vezes. A última intervenção cirúrgica aconteceu em abril de 2017, numa altura em que o próprio já não acreditava que pudesse voltar a jogar. Algumas semanas antes da cirurgia, Tiger Woods dizia que estava “acabado”, conta James Corrigan, num artigo publicado a semana passado no The Telegraph. O desabafo aconteceu no ano passado, no Almoço dos Campeões, precisamente em Augusta. Quem também estava nesse almoço foi Nick Faldo, ex-golfista britânico que venceu o ‘Masters’ por três vezes, e que disse que se Tiger Woods ganhar este ano, vai ser um dos momentos mais marcantes da história do desporto.

Se ele ganhar o ‘Masters’ este ano vai ser uma das maiores recuperações não só do golfe, mas do desporto mundial”

Mas voltemos ao início do ano de 2017. Nessa altura, o golfista parecia ter “desistido” de retomar a carreira e não queria ser operado mais vezes, apesar das dores que enfrentava. Só conseguia estar no sofá e não era sequer capaz de brincar com os filhos, até que se rendeu… a ser operado novamente. Rory McIlroy, também golfista e amigo de Tiger Woods, contou que tudo começou no Reino Unido, quando alguém disse ao golfista que a “solução” estava no Texas, nas mãos do doutor Richard Guyer. Foi operado e começou a nova recuperação. “Eu tive uma segunda hipótese. Sou um milagre andante”, disse o golfista no seu site, na passa sexta-feira.

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Desfrutar do jogo

Com a recuperação física vem a recuperação mental. Depois de achar que nunca mais ia jogar profissionalmente, Tiger Woods está agora mais preocupado em ter prazer no jogo do que obcecado em ganhar mais títulos: “isso libertou-o, retirou a pressão e permite-lhe desfrutar”, disse o amigo Rory McIlroy, também citado pelo Telegraph. Quem também falou desta nova fase do norte-americano foi outro amigo de longa data, Notah Begay.

Ele passou por humilhação pública. Passou por desafios pessoais. Passou por lesões. Ele passou por problemas técnicos em todas as partes do seu jogo. Ele passou por cima disso tudo e o resultado é um homem que está realmente agradecido por poder voltar a jogar aquilo de que é capaz”

E até agora o regresso tem sido positivo. Nos últimos três torneios do circuito mundial conseguiu um 12.º lugar, um 5.º e um 2.º. Tiger Woods é um dos favoritos nas casas de apostas para ganhar em Augusta e há uma enorme expectativa em ver como é que um dos melhores golfistas de sempre se vai comportar num grande torneio.

Tigers Woods ganhou o seu primeiro ‘Masters’ em 1997. As outras vitórias aconteceram em 2001, 2002 e 2005 (Steve Munday /Allsport)

Como reagem os patrocinadores?

Em 2009, Tiger Woods viu-se envolvido num escândalo sexual, no qual foi revelado que o norte-americano tinha tido vários casos extraconjugais. Separou-se da mulher, a sueca Elin Nordegren, e os patrocinadores também se separaram dele. Os maiores foram a Gatorade, a AT&T, a General Motors e a Gillette.

Mas em 2016 a Bridgestone chegou a acordo com TigerWoods para que ele usasse as bolas da marca. Este ano, as vendas já aumentaram 115% em relação ao mesmo período do ano passado e até já há uma edição de bolas dedicada ao jogador. Martin Buckley, vice-presidente da NikeGolf, também já anunciou que o golfista vai aparecer em mais anúncios no verão deste ano. “Ele é uma parte importante da família Nike”, disse Buckley ao The New York Times.

https://youtu.be/wHaKWaHxMqM

A “cotação” de Woods está, portanto, em alta, e prova disso são as audiências televisivas. No Valspar Championship, o torneio em que ficou em 2.º lugar, a audiência televisiva na final foi a maior de um torneio major desde 2013 e o serviço de streaming PGA Live chegou a cair devido ao grande número de acessos.