Moçambique precisa de apostar em energias renováveis para apoiar a expansão da rede elétrica pública, cuja taxa de cobertura é de 27 %, defendeu esta quinta-feira a Direção Nacional de Energias.

“O uso de energias renováveis é uma parte incontornável para o grande desafio do acesso à energia no nosso país”, disse a diretora nacional adjunta de Energia, Marcelina Mataveia, falando durante um workshop para promoção da eficiência energética.

A rede elétrica pública moçambicana cobre apenas 1,7 milhões de clientes, num universo populacional de 28,8 milhões de habitantes no país, de acordo com dados oficiais. Para Marcelina Mataveia, o facto de o país dispor de um “enorme potencial” de recursos energéticos exige maior eficiência na gestão dos mesmos, o que vai garantir o acesso à energia nas zonas mais recônditas.

“A extensão territorial do nosso país e o nível de dispersão das nossas comunidades torna muito difícil atingir o objetivo de acesso universal à energia até 2030 apenas com recurso a rede nacional”, acrescentou Marcelina Mataveia.

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Também o chefe do Departamento de Eficiência Energética na Direção Nacional de Energia, Misério Banze, entende que é fundamental a aposta nas fontes de energia alternativas, observando a existências de “vários desafios” pela frente, entre os quais a criação de novas parcerias.

“Com ações apenas do Governo, não vamos atingir os objetivos que pretendemos. O setor privado, por exemplo, pode exercer um papel fundamental na promoção da energia renovável em Moçambique”, concluiu Banze.

Com 23 mil gigawatts de potencial, a energia solar é a fonte renovável mais abundante em Moçambique, segundo o Fundo de Energia (FUNAE).

Em 2015, o Fórum de Energia e Desenvolvimento Sustentável de Moçambique apresentou um relatório que indicava que 80% da população moçambicana usa energia de biomassa, uma situação que contribui para o aumento dos níveis de desmatamento das florestas em Moçambique.