Um grupo de organizações da sociedade civil moçambicana promove esta sexta-feira uma vigília contra a liberdade de expressão, devido a ataques a figuras críticas ao Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Em comunicado, o Instituto de Comunicação da África Austral (MISA) salienta que a iniciativa é parte de um movimento nacional de protesto aos ataques a cidadãos inocentes, como entrave à liberdade de expressão. A organização assinala que o último ato de violência relacionado com o exercício da liberdade de imprensa atingiu o jornalista e comentador Ericino de Salema, raptado e agredido por desconhecidos no passado dia 27 de março.

“Durante a vigília, organizações e cidadãos particulares deverão exprimir livremente o seu repúdio a estas ações intimidatórias e de atentado contra a vida e a integridade física de cidadãos, através de mensagens, canções, poemas ou outras de expressão de opinião”, lê-se no comunicado.

A vigília vai ter lugar no recinto da Sede do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), próximo do local onde Ericino de Salema foi raptado.

No âmbito do movimento de repúdio aos ataques à liberdade de expressão, organizações da sociedade civil moçambicanas entregaram na terça-feira uma petição à presidente da Assembleia da República, para pedir ao órgão que pressione as entidades judiciais a esclarecem as razões por detrás de atos de violência contra figuras críticas do Governo da Frelimo.

Salema foi raptado por desconhecidos, de dia, no centro de Maputo, à saída do Sindicato Nacional dos Jornalistas, e levado para a estrada circular da capital, a cerca de oito quilómetros do local do rapto, tendo sido encontrado por populares algumas horas depois com sinais de agressões nos pés e no braço esquerdo.

O jornalista é comentador do “Pontos de Vista”, um popular programa de comentários do canal privado STV. O rapto e agressão a Ericino de Salema seguem-se à onda de assassinatos e ataques a vozes críticas à Frelimo nos últimos anos.

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