O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, manifestou esta quinta-feira a sua solidariedade com o ex-chefe de Estado brasileiro Lula da Silva pelo que classificou de “injusta” decisão do Tribunal Supremo do Brasil de recusar um pedido de ‘habeas corpus’. “Não só o Brasil, o mundo inteiro te abraça (…) Dói na alma esta injustiça. A direita, perante a sua incapacidade para ganhar democraticamente, elegeu o caminho judicial para amedrontar as forças populares. Mais cedo que tarde vencerá a Pátria Grande”, escreveu Maduro na rede social Twitter.

Por outro lado, num comunicado divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, Caracas “expressa a sua sentida solidariedade com o companheiro Lula da Silva, que foi alvo da mais grotesca injustiça de fatores da direita brasileira com o propósito de impedir a sua iminente eleição como Presidente do Brasil”. “Uma vez mais os setores retrógrados e antidemocráticos do Brasil usam a via judicial para perseguir os líderes progressistas e para limitar o direito do povo do Brasil a reorientar o seu caminho pela senda da igualdade e da unidade nacional”, lê-se na nota.

Segundo o comunicado, “hoje no Brasil ficou em evidência outra prova do golpe continuado a fim de forçar a restauração conservadora. Não tiveram vergonha, para tal, de usar a ameaça e o amedrontamento das instituições e dos setores populares”. Depois de 11 horas de deliberações, os 11 juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram na madrugada desta quinta-feira por seis contra cinco o ‘habeas corpus’ preventivo, apresentado pela defesa de Lula da Silva, para que o ex-Presidente permanecesse em liberdade enquanto a Justiça do país analisa recursos de um processo em que já foi considerado culpado em primeira e segunda instância.

O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro e agora pode começar a cumprir pena, assim que a decisão do STF seguir os trâmites judiciais, num processo que não será imediato já que existem ainda prazos de contestação da defesa. A prisão de Lula da Silva está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil, tendo sido considerado condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecimento de contratos com a petrolífera estatal Petrobras.

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