As cada vez mais limitativas normas antipoluição, bem como a obrigatoriedade de emitir uma média de 95 g de CO2 por quilómetro, estão a revelar-se uma dor de cabeça para os fabricantes de automóveis europeus, muitos deles a arriscarem-se pagar coimas muito elevadas por incumprimento. E o suplício começa já em 2020, onde as marcas vão ser já obrigadas a respeitar 95% do novo limite de dióxido de carbono (CO2), fasquia que sobe para 100% em 2021.

Ora são exactamente estas pesadas penalizações que atemorizam o CEO da PSA – grupo que está em risco de figurar entre os que vão pagar mais – e que levaram o português a criticar as restritivas medidas. Segundo Tavares, que além de dirigir a PSA, preside igualmente à ACEA (a associação que representa os fabricantes europeus), estas multas vão penalizar imenso os construtores europeus e abrir o mercado aos veículos chineses, sejam eles 100% eléctricos ou híbridos plug-in, solução altamente incentivada pelas autoridades neste país do Oriente.

O homem ao leme da PSA solicitou ainda que as multas fossem suspensas até que os diferentes governos estivessem em posição de garantir uma rede de postos de carga à altura da procura.

O mais curioso é que este ataque do responsável da PSA aos chineses é na prática um ataque à Dongfeng, fabricante chinês muito próximo dos governantes da China que é também sócio da PSA, onde detém cerca de 14%, tanto quanto o Estado francês e a família Peugeot. Contudo, de todos os accionistas do grupo liderado por Carlos Tavares, será a Dongfeng que tem mais capacidade de incrementar o seu investimento na empresa francesa e para reforçar os seus meios financeiros, se algo correr mal.

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