O embaixador russo em Londres, Alexandr Yakovenko, pediu este sábado uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Boris Jonhson, para debater o caso Skripal, que provocou uma grave crise diplomática entre os dois países.

“Já é hora de haver um encontro entre Yakovenko e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido para abordar todos os temas das relações bilaterais e também a investigação do incidente em Salisbury”, informou o porta-voz da delegação russa na capital britânica.

O ex-espião russo Serguei Skripal e a sua filha Yulia foram encontrados, inconscientes, num banco público em Salisbury, a 4 de março. As autoridades britânicas afirmam que ambos foram expostos a um agente neurológico gasoso, de nível militar, e atribuem à Rússia a responsabilidade pelo ataque.

A Rússia negou qualquer envolvimento no ataque. Entretanto, Skripal e a filha estão a “a melhorar rapidamente”, apesar de hospitalizados. Serguei saiu do “estado crítico” e Yulia está consciente e “estável”.

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A mesma fonte russa explicou que Yakovenko já enviou a Johnson uma “nota pessoal” e acrescentou que a Rússia espera “uma resposta construtiva do lado britânico”, para que a reunião aconteça “em breve”.

“Infelizmente, o estado atual das interações entre a embaixada e o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico é extremamente insatisfatório”, insistiu o porta-voz da delegação russa em Londres.

 Reino Unido recusar visto a sobrinha de ex-espião russo é “decisão lamentável”

A embaixada russa considerou “lamentável” a decisão das autoridades britânicas de negar o visto à sobrinha de Skripal, Victoria, que tinha manifestado a intenção de visitar os familiares hospitalizados no Reino Unido.

“A declaração de que o pedido de visto foi formalizado violando os regulamentos de imigração não resiste a nenhuma crítica. É uma decisão lamentável que causa intranquilidade”, disse a embaixada russa em Londres em comunicado, acrescentando que “segundo uma fonte governamental citada pela BBC, o visto foi-lhe recusado porque ‘a Rússia parece querer utilizar Victoria como peão’. Isto significa que a decisão tem motivações políticas”, .

Moscovo considera que “a teimosia de não cooperar, nem garantir a transparência ou responder a inúmeras perguntas significa que os britânicos têm algo a esconder”.

A nota oficial refere que seria lógico que o consulado britânico em Moscovo tivesse aconselhado Victoria Skripal a “cumprir as regras” e “não negar o visto”.

Na sexta-feira, os médicos do hospital de Salisbury (sul de Inglaterra) afirmaram que o ex-espião russo Serguei Skripal está “a melhorar rapidamente” e saiu do “estado crítico”, um mês depois de ter sido envenenado com um agente neurológico. Christine Blanshard, diretora clínica do hospital, afirmou que o ex-espião russo, de 66 anos, “está a reagir bem ao tratamento, melhorando rapidamente, e já não está em estado crítico”.

Skripal e a sua filha Yulia estão hospitalizados desde que foram encontrados inconscientes num banco público em Salisbury a 04 de março.

As autoridades britânicas afirmam que ambos foram expostos a um agente neurológico gasoso, de nível militar, e atribuem à Rússia a responsabilidade pelo ataque. A Rússia nega qualquer responsabilidade pelo envenenamento.

O hospital afirma que Yulia Skripal, de 33 anos, está consciente e em condição estável. O envenenamento do ex-espião duplo e de sua filha, em solo britânico, provocou uma das piores crises nas relações entre a Rússia e o ocidente desde a guerra fria e conduziu a uma vaga histórica de expulsões recíprocas de diplomatas.