O nacionalista conservador Viktor Orbán é o favorito nas eleições legislativas de hoje na Hungria, devendo obter um terceiro mandato consecutivo graças à fragmentação da oposição e à consolidação do discurso anti-imigração.

Entre 2010 e 2014, com uma maioria de dois terços no Parlamento, Orbán iniciou um processo de transformação do país para o que chamou uma “democracia iliberal”, que propõe a limitação de determinadas liberdades em nome do interesse nacional.

Durante esse mandato, o seu partido, o Fidesz (Aliança Cívica Húngara), redigiu uma nova Constituição e muitas novas leis, como a polémica “lei da imprensa”, que restringiu a ação dos ‘media’ e foi muito criticada interna e externamente.

Ao perder a maioria de dois terços em fevereiro de 2015, Orbán e o Fidesz centraram o discurso e a política nos perigos que a imigração em geral e os refugiados representam para o país, que nesse ano foi atravessado por cerca de 400.000 refugiados provenientes da Grécia.

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Nestas legislativas, as sondagens atribuem ao Fidesz cerca de 35% dos votos, à frente do Jobbik (20%), um partido xenófobo e populista, do Partido Socialista (17%) e de vários partidos mais pequenos de esquerda ou ambientalistas.

Mas a repartição dos 199 assentos parlamentares é difícil de prever dado o complexo sistema eleitoral húngaro, que se baseia em listas de candidatos distritais e em listas partidárias.

O Fidesz deverá vencer com facilidade as partidárias, que atribuem 93 assentos, mas há dúvidas quanto ao desempenho do partido nos 106 distritos.

As mesas de voto vão estar abertas entre as 6h00 locais (5h00 em Lisboa) e as 19h00 (18h00 em Lisboa).

Os primeiros resultados devem ser divulgados no final da noite.