Uma missão de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) chega quarta-feira à Guiné-Bissau para analisar a aplicação do Acordo de Conacri, anunciou a organização esta quarta-feira.

Em comunicado de imprensa, a CEDEAO anuncia que a missão é liderada pelo chefe da diplomacia do Togo, Robert Dussey, e durante a sua estada em Bissau vai reunir-se com as “autoridades e atores políticos no quadro da implementação do Acordo de Conacri”. Na terça-feira, segundo a CEDEAO, o presidente da comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, também realiza uma visita à Guiné-Bissau, devendo encontrar-se com o Presidente guineense, José Mário Vaz.

A Guiné-Bissau vive uma crise política desde a demissão, por José Mário Vaz, do Governo liderado pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em agosto de 2015. Por falta de consenso entre as várias forças políticas, a CEDEAO elaborou o Acordo de Conacri, assinado pelos partidos com representação parlamentar e os deputados expulsos do PAIGC, denominados por Grupo dos 15.

Segundo uma parte dos signatários, no âmbito do acordo foi escolhido um determinado nome para primeiro-ministro, mas o chefe de Estado guineense nomeou uma outra pessoa. A CEDEAO entende que o acordo continua sem ser posto em prática e em fevereiro confirmou uma lista de sanções contra 19 individualidades guineenses, entre as quais se encontram vários membros do setor político e judicial.

Desde as eleições de 2015, a Guiné-Bissau já teve seis primeiros-ministros. O último primeiro-ministro nomeado pelo Presidente foi Artur Silva, um dirigente do PAIGC, que tomou posse a 31 de janeiro, mas que, até ao momento, ainda não apresentou a composição do seu Governo. A Guiné-Bissau deverá realizar eleições legislativas ainda este ano e presidenciais em 2019.

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