A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) anunciou esta terça-feira que passou a contemplar programas de combate à praga da lagarta do funil de milho nos projetos de apoio à agricultura em Moçambique.

O plano de ação da Usaid “inclui a formação de técnicos agrícolas e produção de manuais sobre a praga”, explicou Ken Hossan, dirigente da agência, numa conferência de imprensa em Maputo. O Usaid e autoridades moçambicanas juntaram-se neste dia para fazer um ponto de situação sobre a evolução da praga.

O Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar de Moçambique considera que o impacto “é muito grande”, segundo referiu Antónia Vaz, dirigente do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar.

O receio deve-se sobretudo ao facto de o milho ser a cultura que dá de comer à maioria dos moçambicanos — o que motiva a preocupação do Governo em “procurar soluções mais adequadas para o maneio e controlo desta praga”, acrescentou aquela responsável na mesma conferência de imprensa.

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Apesar de preocupante, a situação não é alarmante, detalhou, e novos levantamentos estão em curso. Domingos Cugala, docente e investigador da Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane, apontou as províncias do Niassa (norte do país), Maputo (sul) e Zambézia (centro), como as mais afetadas das onze do país.

O distrito de Sanga, na província de Niassa, sofreu em 2017 uma perda de produção de 90%, enquanto alguns distritos de Maputo e Zambézia registaram prejuízos entre 56% e 46%, respetivamente. Domingos Cugala assinalou que vários pesticidas estão a ser testados no combate à doença, enquanto se espera por uma solução definitiva, que irá combinar produtos botânicos e pesticidas.

“Nós perdemos a batalha da erradicação, não podemos pensar em erradicar, estamos a testar químicos aceitáveis, tanto para a saúde humana como para o meio ambiente”, acrescentou Cugala. “Existem vários produtos botânicos com inseticidas. Precisamos de testar a sua eficácia, porque a praga é nova e estamos a trabalhar num conjunto de soluções”, concluiu aquele investigador.