O presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG), Jaime Gomes, apelou esta quarta-feira ao Presidente guineense, José Mário Vaz, para arranjar uma solução para a compra da castanha do caju, principal produto agrícola do país.

Em conferência de imprensa, o líder dos agricultores guineenses pediu a José Mário Vaz que arranje uma solução “nos próximos dias”, sublinhando que a solução poderá passar pela aquisição de toda castanha pelo Estado ou um comprador internacional. “Apelamos o Presidente da República que nos tire o nosso caju das mãos”, observou Jaime Gomes para quem existem pessoas que querem sabotar a intenção de José Mário Vaz.

O Presidente guineense anunciou, a 24 de março, que o preço de referência de compra do caju no produtor em 2018 será de mil francos cfa (cerca de 1,5 euros), mas desde aquela altura o produto não tem sido comprado pelos comerciantes. Várias vozes já se levantaram contra o preço anunciado pelo líder guineense.

O presidente da associação dos exportadores, Mamadu Jamanca, disse à Lusa que a sua classe não irá participar na campanha de comercialização do caju em 2018, por não concordar com o preço base anunciado por José Mário Vaz. Empresários indianos, os principais compradores do caju guineense, e os da Mauritânia, prometeram a José Mário Vaz que vão comprar o produto pelo preço base estipulado.

O líder dos agricultores guineenses deu até ao próximo dia 20 para se começar a vender o caju. Caso isso não aconteça promete “uma grande manifestação” dos produtores em Bissau. “Vamos responsabilizar o Estado”, declarou Jaime Gomes, que se solidariza com o Presidente guineense, que disse, quer ajudar a população camponesa, embora também tenha visado objetivos políticos, enfatizou.

Para Jaime Gomes, os agricultores guineenses “deviam agradecer a Jomav” (nome pelo qual é conhecido José Mário Vaz) por ter sido o dirigente que fixou o preço do caju a mil francos cfa por quilograma.

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