Membros das procuradorias espanhola e alemã devem reunir-se “de forma discreta”, revela o El País, durante as próximas horas, em Haia, para trocar informações sobre o ex-presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont. Segundo a  mesma notícia, também será discutida a probabilidade de se incorporarem novas provas que corroborem a acusação de rebelião e sedição e não apenas a de desfalque, como decidiu em primeira instância a Audiencia del land de Schleswig-Holstein.

A reunião entre estes oficiais judiciais deverá acontecer, dizem fontes judiciais citadas pelo jornal espanhol, em Haia porque é nessa cidade holandesa que fica sediado o Eurojust, o órgão da União Europeia encarregado de reforçar a cooperação judicial entre países membros.

No encontro deverão participar vários membros do ministério público espanhol que estão envolvidos na instrução de Pablo Llarena, juiz do Supremo Tribunal espanhol contra os líderes secessionistas e outros membros do tribunal regional de Schleswig-Holstein. Esta instância judicial alemã, de menor patamar hierárquico em comparação com o Supremo espanhol, é a que terá vetado, pelo menos por agora, que Puigdemont seja entregue a Espanha por rebelião, e está à espera que o Supremo adicione mais provas à acusação do desfalque de 1,6 milhões de euros que Llarena diz terem sido atribuídos aos cabecilhas separatistas.

O objetivo da reunião é tentar demonstrar aos procuradores alemães que existem provas suficientes para justificar os delitos de rebelião e sedição. Ainda que a procuradoria alemã não tenha possibilidade de recurso para dar a volta à decisão do tribunal regional, estão a tentar explorar outras vias. Por um lado, pretendem convencer a procuradoria alemã a convencer Schleswig-Holstein a reconsiderar a sua decisão à luz de novas provas; por outro, querem que o tribunal, possa recorrer ao Tribunal de Justiça da União Europeia, caso tenha dúvidas em relação às novas provas.

Os espanhóis devem mostrar aos alemães dados concretos sobre os delitos em causa (o Ministério do Interior tem documentados pelo menos 300 atos violentos durante os distúrbios do processo separatistas). A intervenção de Llarena chegara quando a Alemanha, depois de analisar as novas provas, informar sobre “as condições de entrega” de Puigdemont.

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