A primeira-ministra britânica, Theresa May, convocou uma reunião de emergência com os seus ministros para quinta-feira, no sentido de preparar a participação do Reino Unido numa ação militar liderada pelos Estados Unidos e pela França contra o regime sírio, escreve a Sky News. A decisão da ação militar tripartida surge depois do alegado ataque com armas químicas na região de Douma, Síria, e que provocou a morte de 70 pessoas.

Um porta-voz de Theresa May indicou que a primeira-ministra decidiu convocar os seus ministros para “discutir a resposta aos eventos na Síria”, onde alegadamente o regime do Presidente Bashar Al-Assad foi responsável pelo ataque com na cidade de Douma.

O chamado “gabinete de guerra”, expressão usada pela Sky News, terá então de aprovar a participação do Reino Unido nesta ação militar e o Parlamento não será consultado, pelo que o ataque pode acontecer “poucas horas depois” de tomada a decisão. Theresa May já ordenou às forças navais que coloquem submarinos em águas próximas da Síria preparados para qualquer eventualidade.

O planeamento da reunião de emergência acontece depois de Donald Trump ter ameaçado, através do Twitter, que os mísseis “estão a chegar à Síria”. Também o presidente norte-americano se encontrou esta quarta-feira com o Secretário da Defesa, Jim Mattis, para discutir uma possível resposta para o conflito na Síria, de acordo com a imprensa americana. Não obstante, a Casa Branca não confirmou esta quarta-feira a iminência de um ataque contra o Governo do Presidente sírio Bashar Al-Assad e insistiu que o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, está a analisar “outras opções” que tem disponíveis.

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“Não é a única opção, existem outras opções sobre a mesa”, assegurou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, durante uma conferência de imprensa.

A Síria nega qualquer utilização de armas químicas, assim como a Rússia, principal aliado do regime sírio, que afirmou que eventuais ataques ocidentais teriam “graves consequências”. Moscovo já advertiu contra qualquer ação na Síria que possa “desestabilizar a situação já frágil na região”.

Na segunda-feira, Trump afirmou que levaria entre 24 e 48 horas para decidir sobre uma possível resposta militar à Síria devido ao ataque químico que alegadamente as forças próximas do governo perpetraram sobre a população de Douma, onde faleceram pelo menos 43 pessoas.

Apesar deste prazo já ter terminado, Sanders assegurou que o Presidente não estabeleceu uma “janela de tempo” concreta e sublinhou que durante a manhã Trump se reuniu com os seus conselheiros de Segurança para estudar todas as “possibilidades”.

Estas declarações foram feitas depois do próprio Trump ter ameaçado através da sua conta pessoal do Twitter, tanto a Síria como a Rússia, com um ataque de mísseis “suaves e novos e ‘inteligentes’”.

Sanders insistiu em apontar a Rússia como responsável pelo ataque em Douma, por não ter conseguido evitar que o regime sírio executasse este “atroz” ataque, tal como foi qualificado pelo Presidente norte-americano.

“Certamente cremos que [a Rússia] demonstrou ser um mau ator”, apontou Sanders, que subscreveu as palavras de Donald Trump ao considerar que a relação entre Washington e Moscovo está no nível mínimo.

Questionada sobre se a Casa Branca considera que o Kremlin se converteu num inimigo dos Estados Unidos, Sanders limitou-se a afirmar: “Isso é algo onde a Rússia tem um papel a desempenhar”.