Em Turim, foi da bicicleta de Cristiano que se falou e falou durante a semana. E o Real derrotou a Juventus por um resultado tão volumoso (0-3) que a reviravolta parecia coisa impossível. Mas o “impossível” quase aconteceu no Santiago Bernabéu. E depois da bicicleta, os blancos estiveram perto, muito perto de ir de “vela” uma semana depois. Acabaram por eliminar a Juventus de empurrão. Um empurrão polémico. Lá chegaremos.

Logo ao segundo minuto, a Juventus marcava: Khedira cruza desde a direita e Mandzukic cabeceia ao segundo poste. Os italianos (talvez motivados pelo histórico da Roma contra o Barcelona ontem) insistiam na fórmula. E continuavam a atacar pela direita, não acertando com os cruzamentos como naquele minuto dois. Quando enfim o acerto chegou, ao minuto sete, Navas defendeu o desvio de Higuaín. Os da casa, sentindo-se ameaçados, reagiram.

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Ao minuto 10, Buffon defende o primeiro remate de Bale. Na recarga, o avançado galês tenta bater Gigi de calcanhar mas acerta na malha lateral da baliza. Voltaria o guarda-redes da Juventus a ser decisivo ao minuto 13. Ele e o árbitro auxiliar. Ronaldo dribla Benatia, remata forte, Buffon defende para a frente mas não defenderia a recarga vitoriosa de Isco. Michael Oliver não tardaria a anular o golo por fora-de-jogo do espanhol. Por fim, ao minuto 34, outra vez o Real Madrid a insistir, outra vez Buffon a resistir. Todos esperavam que Ronaldo avançasse mas não avançou, desmarcando, antes, Isco nas costas da defesa.

A defesa do quarentão da baliza bianconeri é imperial.

Antes do intervalo, a Juventus adensaria a trama e chega ao segundo. Um golo à imagem do primeiro: cruzamento à direita (agora de Lichtsteiner) e Mandzukic desviaria ao segundo poste, batendo Navas.

No recomeço, esteve sempre mais perto a Juve do terceiro (e de empatar a contenda) do que o Real, temeroso, de resolver o que se complicava. Primeiro, a ameaça, ao minuto 59: remate pronto de Higuaín à entrada da grande área e defesa apertada de Navas. Depois, a consumação: Douglas Costa cruza à direita, o minuto era o 61, Navas compromete com uma fífia descomunal, solta a bola depois e a ter segura, e Matuidi desvia para o terceiro golo da Juve.

O Real ainda tentaria o golo da ordem. Foi ao minuto 78. Remate de Isco à entrada da área, a bola desviou em Benatia, e Buffon estica-se todo para defender rente ao poste esquerdo. Que defesa foi! O prolongamento era já ali. Mas não foi.

Ao minuto 93, o derradeiro, Vázquez (assistido de cabeça por Ronaldo) surge na pequena área. Benatia surge atrás do espanhol, tenta disputar a bola e toca Vázquez. Michael Oliver nem hesitou: prrriiiii, penálti! (Vendo e revendo o lance, o penálti é “puxadinho” e o empurrão, a haver, quase inexistente…) Na confusão que se seguiria, Buffon protestou e acabaria expulso naquele que foi o seu derradeiro jogo na Champions. Ao minuto 97, imune à pressão, Ronaldo coloca a bola na “gaveta” e o Real na meia-final.

O sorteio das meias-finais da Champions League está marcado para esta sexta-feira, às 12h00, na sede da UEFA, em Nyon. Os semi-finalistas são já conhecidos: Real Madrid, Bayern de Munique, Liverpool e Roma.

Ronaldo: “Equipa sofreu e deverá tomar como uma lição”

Cristiano Ronaldo admitiu que a equipa do Real Madrid sofreu muito e que deverá tomar como uma lição a derrota frente à Juventus, apesar de ter seguido em frente na Liga dos Campeões de futebol.

“Foi um jogo em que sofremos muito e que deverá nos servir de lição para que saibamos que, no futebol, nada é de graça e é preciso batalhar até ao fim”, disse o internacional português à beIN Sports espanhola, após o final do jogo que o Real Madrid perdeu por 3-1, seguindo em frente na competição graças ao golo apontado pelo luso na conversão de um penálti já em tempo de descontos.

Ronaldo salientou ainda que o Real poderia ter marcado em diversas ocasiões, “mas Buffon e os outros jogaram muito bem”.

Penso que nos qualificámos logicamente, tivemos muitas ocasiões. Não compreendo porque (jogadores da Juventus) protestaram com o penálti. Se o defesa não a tivesse cometido (falta), o Lucas teria marcado, ele é carregado por trás. Durante o jogo, Benatia e os outros cometeram muitas faltas por trás, é a maneira deles de jogar”, afirmou em relação à grande penalidade assinalada contra a Juventus.

Sobre o penálti que marcou referiu: “As pulsações estavam algo elevadas, mas tentei me tranquilizar, porque sabia que seria decisivo. Graças a Deus marquei e estamos apurados.” O Real Madrid apurou-se nesta quarta-feira para as meias-finais da Liga dos Campeões, apesar de ter perdido por 3-1 na receção à Juventus, valendo ao bicampeão europeu o triunfo 3-0 que trouxe de Turim da primeira mão.