É um caso insólito que só a ciência tornou possível: Tiantian nasceu no final do ano passado, mas os seus pais morreram há quatro anos. Ao fim de dois anos de casamento, Shen Jie e Liu Xi quiseram ser pais. Decidiram fazê-lo usando uma técnica de fertilização in vitro. Mas em 2013, cinco dias antes do dia que estava marcado para Liu receber os embriões fertilizados, os dois morreram num acidente de automóvel na província de Jiangsu.

Restaram quatro embriões congelados e, durante os três anos seguintes, os pais de Shen e Liu lutaram pelo direito de poderem ficar com eles, num processo complicado e sem precedentes naquele país, de acordo com o Beijing News. Depois de várias batalhas judiciais, os avós conseguiram ficar com a custódia dos embriões. O único problema era o facto de a maternidade de substituição ser ilegal na China. Assim, viajaram para o Laos para encontrar uma barriga de aluguer.

Em dezembro, Tiantian nasceu num hospital em Guangzhou. Ao Beijing News, a avó materna disse que a criança tem os olhos parecidos com os da mãe “mas que no resto é mais parecido com o pai”. Só havia mais um problema a ultrapassar: os avós tiveram que fazer testes de ADN para comprovar a relação com Tiantian e poder assim manter a custódia.

Os avós ainda não decidiram como vão dizer à criança o que aconteceu com os pais. Para já, vão contar que os pais estão no estrangeiro, embora garantam que vão contar a verdade quando Tiantian for mais velho: “como poderíamos não o fazer?”

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