As autoridades moçambicanas apreenderam esta quinta-feira um contentor com uma quantidade de marfim ainda por calcular, que tinha como destino declarado o Camboja, anunciou a Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
O marfim estava escondido dentro de um contentor sob garrafas de plástico destinadas a reciclagem, explicou Fernando Tinga, um porta-voz da AT. O contentor fazia parte de um conjunto de seis com resíduos plásticos que estavam a ser inspecionados. “Dá a impressão de que foi uma camuflagem” para encobrir as pontas de marfim, observou Fernando Tinga.
O marfim foi apreendido durante o trabalho de inspeção de rotina, quando as autoridades perceberam que a mercadoria que estava nos contentores não correspondia ao que estava inscrito nos documentos. Os contentores eram oriundos de Beluluane, na província de Maputo, e tinham o Camboja como destino declarado, segundo a AT.
“Isto só mostra que este tipo de operações não tem fronteiras”, observou Fernando Tinga, apontando o reforço da fiscalização como condição fundamental no combate à caça furtiva em Moçambique.
Os últimos relatórios da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) indicam que Moçambique perdeu, entre 2011 e 2016, cerca de 48% da população de elefantes e corre o risco de ser banido do comércio internacional de derivados da espécie, devido à falta de clareza na gestão dos animais.
A ANAC está a preparar este ano a realização do terceiro censo de elefantes, que poderá atualizar os dados sobre a situação do animal no país. No ano passado, no total, as autoridades moçambicanas prenderam 2.400 pessoas suspeitas de envolvimento na caça ilegal de animais.