O futebol não é só competição entre clubes. Pode ser também uma forma de chegar onde mais ninguém chega e acreditar em quem mais ninguém acredita, apostando na educação de jovens que facilmente abandonariam a escola. Não acha possível? Então é porque ainda não conhece o trabalho que a Fundação Benfica desenvolve há quase dez anos e que se resume de forma muito simples: combater o abandono e o insucesso escolar, motivando através do desporto.

Mais de 81 mil beneficiários já sentiram na pele o impacto positivo dos projetos da Fundação Benfica. E se pensarmos que a família de cada um destes miúdos foi também envolvida no projeto, facilmente percebemos o seu potencial transformador. É importante que cada vez mais pessoas possam ser abrangidas e motivadas a não desistir. Para isso, há algo que cada um de nós pode fazer para ajudar – e a custo zero: consignar 0,5% do IRS à Fundação Benfica. No momento de entregar a declaração anual, basta preencher o quadro 11 do modelo 3, colocando o número de contribuinte da Fundação – 509 259 740. Este simples gesto não tem qualquer custo e indica ao Estado onde aplicar 0,5% do imposto pago, que neste caso será direcionado para as atividades da Fundação Benfica.

Motivar pelo desporto

Mas como é que a Fundação Benfica muda as vidas destes jovens? A receita assenta em três vertentes: através da promoção da sua autoestima, do apoio aos talentos de cada um e do incentivo à responsabilização. Com tudo isto assegurado pelas equipas da instituição que trabalham diretamente no terreno – em escolas de todo o país – os miúdos começam a mudar de atitude perante as aulas, os professores e a vida. Muitos não só terminam o ensino secundário como avançam para a universidade, empenhados em perseguir sonhos que pensavam que não estavam autorizados a sonhar. Afinal, a exclusão social pode ser combatida e a educação é o principal fator que o favorece. É esta a filosofia da Fundação Benfica, que trabalha ainda nas vertentes da educação para os valores, desporto inclusivo, realização de sonhos, campanhas de solidariedade e ainda cooperação internacional.

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“Para ti Se não faltares!”

Um dos projetos que melhores resultados tem conseguido é o “Para ti Se não faltares!”, que apresenta uma taxa de recuperação no sucesso escolar na ordem dos 87%. Com o objetivo de combater o abandono escolar e as más notas, a iniciativa acompanha grupos de crianças e jovens durante três anos em diversas escolas. Para participarem, assinam um contrato com a Fundação Benfica – um acordo de compromisso que se estende à família – e passam a frequentar sessões regulares compostas por atividades desportivas, pedagógicas e lúdicas. Se atingirem os objetivos previamente negociados – assiduidade, comportamento, avaliação a cada disciplina, entre outros – e cumprirem as regras definidas, recebem prémios e louvores.

Outra frente em que a Fundação atua é a Assistência Humanitária. Através de parcerias com as Nações Unidas ou governos de diversos países, a Fundação Benfica leva a ajuda onde esta é necessária, especialmente em situações de catástrofe natural ou social. E porque o Benfica é um clube com grande presença em todo o mundo, nomeadamente nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, o apoio neste caso estende-se ao desenvolvimento local, com várias iniciativas implementadas no terreno.

Ver mais longe

O trabalho da Fundação apoia-se, afinal, em algo que caracteriza o animal que inspira o clube: ver muito bem ao longe. Isto porque apoiar crianças e jovens – hoje – para que sejam os adultos responsáveis de amanhã é isso mesmo. É ter visão e acreditar. É de águia. E é isto que nos diz, por outras palavras, o diretor coordenador da Fundação, Jorge Miranda, ao explicar a missão que tem vindo a ser levada a cabo desde 2009: “Contribuir para levar crianças e jovens em risco para o único elevador social que nós temos, que é a educação. Trata-se de um projeto de qualificação de capital humano para a integração social, mas com uma dimensão estratégica para o país, para a economia e para o futuro.” E ajudar a ajudar é – ou pode ser – a missão de todos nós, no momento de preencher o IRS.