Um estudo internacional concluiu que os adultos não devem beber em média mais do que uma bebida alcoólica por dia, o que significa que as recomendações de muitos países podem ser brandas, noticia a AP. O mesmo estudo também concluiu que aqueles que bebem mais de sete bebidas alcoólicas por semana morrem mais depressa do que quem bebe menos.
“O que isso diz é que se realmente está preocupado com a sua longevidade, então não deve beber mais do que um copo por dia”, afirmou David Jernigan, um investigador da Universidade Johns Hopkins, que não esteve envolvido no estudo. Enquanto o governo norte-americano recomenda às mulheres não beber mais de sete bebidas alcoólicas por semana, a orientação para os homens é de 14 bebidas. Isto porque estudos anteriores concluíram que as mulheres são afetadas mais rapidamente por pequenas quantidades do que os homens por várias razões, incluindo pesarem menos que o sexo masculino, em média, e por a concentração de álcool no sangue processar-se de forma mais célere.
O novo estudo estima que um homem de 40 anos que beba de acordo com as orientações dos Estados Unidos tem menos um a dois anos de vida do que outro que não beba mais de sete copos por semana. O Canadá e a Suécia têm orientações semelhantes aos dos Estados Unidos, definidas pelo Departamento de Agricultura, mas há países com tetos maiores, como caso de Espanha e da Roménia, cujo limite para os homens é equivalente a 20 bebidas alcoólicas por semana.
As recomendações no Reino Unido seguiam os padrões norte-americanos de há dois anos, quando as autoridades de Saúde britânicas decidiram baixar o nível recomendado dos homens para o mesmo das mulheres. O estudo “é um grave alerta para muitos países”, afirmou Jeremy Pearson, da Fundação Britânica do Coração, numa declaração. Esta entidade financiou parcialmente o estudo, que foi publicado esta sexta-feira pela revista Lancet.
O estudo combina resultados de 83 estudos realizados em 19 países, num universo de quase 600 mil pessoas que bebem álcool. Os investigadores concentraram-se nos que desenvolveram – e morreram de – acidentes vasculares e diferentes doenças do coração. Fizeram questão de excluir pessoas que tinham historial de problemas cardíacos na altura em que entraram no estudo. Cerca de metade dos participantes afirmaram consumir mais de 100 gramas de álcool por semana. Há variação de país para país sobre quantos gramas são encontrados numa bebida padrão.