Filho da Mãe, Gabriel Ferrandini e os Telectu são alguns dos nomes que encerram, até junho, a temporada de música do atual Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa, antes da alteração do modelo de gestão para privados.
A partir de setembro, o teatro municipal “passará a ser arrendado por agentes culturais privados, proporcionando um programa de teatro para grande público — comédia, drama ou teatro musical”, explica esta quinta-feira em nota de imprensa.
Os derradeiros concertos da programação de música 2017/2018 acontecerão em maio e junho, totalmente com música portuguesa, a começar pelo guitarrista Filho da Mãe que, a 8 de maio, apresentará o novo álbum “Água má”, feito entre Lisboa e o Funchal.
A 18 de maio o músico Marco Franco, conhecido sobretudo como baterista, subirá ao palco com as composições do álbum “Mudra”, de 2017, para piano, mas desta vez acompanhado por outros dois pianistas: Joana Gama e Tiago Sousa.
“Sem hierarquias ou protagonismos, os três músicos conluiem em piano, dulcitone e harmónio para nos proporem uma plataforma contemplativa e emocional”, sustenta o teatro municipal. Um dos destaques deste fim de temporada será, a 15 de junho, a reativação dos Telectu, duo de música experimental e vanguardista, para celebrar os 35 anos da edição de “Belzebu”, “a primeira obra minimal-repetitiva feita em Portugal”.
Como Jorge Lima Barreto, um dos elementos do duo, morreu em 2011, Telectu será reativado por Vítor Rua com António Duarte, cofundador do projeto musical e multimédia DWART, para interpretar na íntegra aquele álbum. O baterista Gabriel Ferrandini terá uma dupla atuação no Maria Matos, a 19 e 20 de junho, com a performance “Tudo Bumbo”, na qual exporá o interesse pelos contrastes “entre som acústico e som amplificado”.
A temporada fechará a 24 de junho com a pianista Joana Sá e o guitarrista Luís José Martins, numa noite intitulada “Paixão e folia para São João”, encomendada pelo Maria Matos. Descrita como uma “celebração única e irrepetível”, aquela noite convocará o imaginário do oratório sacro “Paixão segundo São João”, de Johann Sebastian Bach, das festas joaninas e das danças de origem medieval.
O Teatro Maria Matos, um dos equipamentos culturais geridos pela autarquia de Lisboa, recorda que a missão desenvolvida até aqui será continuada no futuro Teatro Luís de Camões, com programação para crianças e jovens, e no Teatro do Bairro Alto (antiga sede do Teatro da Cornucópia), “com projetos emergentes e experimentais no âmbito das artes de palco”.