A primeira audiência do processo contra dois ministros guineenses iniciado junto da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) por um movimento de cidadãos da Guiné-Bissau decorre no próximo dia 23, disse esta sexta-feira o presidente do movimento.

Em conferência de imprensa, o presidente do movimento dos cidadãos inconformados com a crise política na Guiné-Bissau, Sana Canté, jovem advogado formado pela Faculdade de Direito de Bissau, informou que o movimento, que lidera ações de protesto nas ruas contra o poder na Guiné-Bissau, foi notificado pelo tribunal da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a primeira audiência.

Em dezembro de 2016, o movimento, constituído essencialmente por jovens dos liceus e universidades guineenses, apresentou uma queixa naquele tribunal contra os ministros da Administração Interna, Sola Nquilin, e do Interior, Botche Candé.

Os dois são acusados de proibir manifestações e ainda de terem ordenado atos de violência física contra os membros da organização. No próximo dia 23, às 10h00, está marcada a primeira audiência das duas partes no tribunal que se encontra na capital do Mali, Bamako.

Sana Canté, que irá representar o movimento, espera que o Estado guineense seja condenado de forma solidária pela ação dos dois ministros. “Esperemos que o tribunal tome uma decisão jurídica e não política do caso”, defendeu Canté.

O dirigente adiantou que o seu movimento irá organizar este sábado “mais uma manifestação” para voltar a exigir a renúncia ao cargo do Presidente do país, José Mário Vaz, a quem acusa de ser o “responsável principal” pela persistência da crise política na Guiné-Bissau. Sana Canté indicou que a manifestação, que irá sair da rotunda do aeroporto ao centro da cidade, vai ter lugar “mesmo com tentativas de proibição” por parte da polícia, afirmou.

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