A Bentley reclama para si o estatuto de primeiro construtor britânico certificado pelo Carbon Trust Standard como amigo do ambiente. Não por ter passado a oferecer na sua gama o primeiro veículo plug-in, o Bentayga Hybrid, que alia ao motor 3.0 V6 sobrealimentado a gasolina uma unidade eléctrica alimentada por um pack de baterias, que lhe permite ajudar o motor a combustão a anunciar emissões de CO2 de somente 75g, além de poder percorrer em modo exclusivamente eléctrico 50 km.
Também não será por ter já agendado para os próximos anos um modelo 100% eléctrico, graças à tecnologia que foi desenvolvida para o Porsche Mission E. Se bem que tudo isto ajude o fabricante inglês a transformar-se numa marca cada vez mais sustentável, preparando-se para um período em que vai oferecer uma gama de veículos alimentados por bateria em paralelo com os actuais a gasolina.
A distinção de que foi alvo o construtor com sede em Crewe, Inglaterra, deve-se ao esforço que tem realizado para depender cada vez menos da electricidade da rede para alimentar as suas instalações fabris, fazendo-o com recurso a energia produzida de forma sustentável, através de painéis solares montados nas suas instalações. A Bentley anunciou agora a instalação de mais 10.000 painéis fotovoltaicos a cobrir o parque de estacionamento dos empregados em Crewe, com espaço para 1.378 veículos e que vai gerar 2,7 megawatts por ano.
Mas os novos painéis solares não são os primeiros da Bentley, que já em 2013 tinha instalado 20.815 em condições similares. No total, a energia fotovoltaica gerada pela fábrica britânica será a correspondente à utilizada por 1.750 casas.
Segundo o director de produção, Peter Bosch, “este reforço de produção de energia eléctrica confirma o nosso compromisso com o ambiente a montante, uma vez que não só a Bentley vai produzir veículos cada vez menos poluentes, como necessitará de cada vez menos energia da rede para os fabricar”. Este é um argumento particularmente importante em Inglaterra, cuja rede energética ainda depende muito do carvão para gerar electricidade – as autoridades locais estão a realizar fortes investimentos na modernização das centrais –, o que até lá torna os carros eléctricos naquele país, se considerarmos todo o ciclo well-to-whell, provavelmente mais poluentes do que os queimam combustíveis fósseis.