O Japão e a China retomaram esta segunda-feira as negociações económicas, depois de um intervalo de quase oito anos, para estreitar laços num momento de fortes tensões comerciais, provocadas pelo protecionismo dos Estados Unidos.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros japonês e chinês, Taro Kono e Wang Yi, respetivamente, reuniram-se em Tóquio, no segundo dia de visita do chefe da diplomacia chinesa ao país, cuja agenda estará focada nas relações económicas e comerciais. As duas potências asiáticas decidiram retomar o diálogo e cooperar perante as recentes medidas do Presidente norte-americano, Donald Trump, nomeadamente nas tarifas sobre as importações.
Na véspera da reunião, no domingo, os responsáveis reafirmaram o compromisso de trabalhar em conjunto para “tornarem a desnuclearização da Coreia do Norte uma realidade”, um assunto que vai estar em cima da mesa na reunião entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prevista no final de maio.
Antes de regressar a Pequim, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês vai encontrar-se ainda com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que viaja na terça-feira para os Estados Unidos para se reunir com Donald Trump.
Foi a primeira vez que os responsáveis pelos Negócios Estrangeiros dos dois países se reuniram, desbloqueando assim as relações suspensas nos últimos anos entre a China e o Japão, na sequência de disputas sobre a soberania das ilhas Senkaku (Diaoyu, em chinês).
Esta é a primeira visita de um chefe da diplomacia chinesa para conversações bilaterais desde 2009. No domingo, Wang Yi e Taro Kono estiveram reunidos durante quase quatro horas, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês. Os dois responsáveis concordaram na importância de preparar as visitas de Abe à China e do Presidente chinês, Xi Jinping ao Japão.