A bastonária da Ordem dos Nutricionistas inicia esta terça-feira em Lisboa uma série de reuniões que a vai levar a vários pontos do país em que pretende alertar para a falta destes profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Alexandra Bento disse à agência Lusa que este conjunto de reuniões vai decorrer até novembro, para “conhecer a realidade profissional dos nutricionistas”, tendo escolhido como tema os “nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde”, referindo desde já, à Lusa, que são escassos.

Alexandra Bento fará visitas a vários centros hospitalares e ao agrupamento de centros de Saúde da Arrábida, em Setúbal, justificando que não poderia visitar “grandes centros de Saúde, porque não têm nutricionistas”, o que lamenta. As visitas terão início na zona de Lisboa e Vale do Tejo e continuarão nas regiões norte e centro, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira, num total de 40 instituições.

Para a bastonária, é oportuno iniciar as visitas em Lisboa, uma vez que existem “menos nutricionistas numa zona geográfica densamente povoada”, o que se torna “difícil de compreender”, destacando que, nos cuidados de saúde primários, existem apenas sete profissionais para mais de três milhões de utentes.

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Alexandra Bento acrescentou que o Governo tem repetido “incessantemente” que há hoje mais 8.480 profissionais no SNS do que em 2015, mas nenhum é nutricionista.

As 40 vagas que estão previstas no Orçamento do Estado, são aguardadas “com expectativa”, sendo que no ano passado “esteve previsto abrir concurso para 55 nutricionistas e não abriu por ter sido chumbado pelo Ministério das Finanças”.

Alexandra Bento considera que o número de nutricionistas no SNS é “manifestamente insuficiente”, contando apenas com 416, ficando muito “aquém do necessário”. A bastonária admite que, no decorrer das visitas, vai encontrar algum descontentamento, que procurará solucionar após o levantamento.

O levantamento da realidade profissional dos nutricionistas que pretende dar a conhecer, de forma aprofundada, o seu contexto real de trabalho, inicia-se com uma reunião com o presidente da Administração regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco.