Quando em 2019, o Mission E chegar aos EUA – não com esta denominação, que é referente apenas ao protótipo e não ao modelo de série –, já deverão estar disponíveis os 500 postos de carga rápida que a marca alemã está a pensar instalar no mercado americano, com uma potência de 350 kW. O mesmo acontecerá com o Mission E Cross Turismo, previsto para um ano depois, ainda que também esta não seja a sua designação definitiva.

A marca germânica vai montar uma série de postos a 350 kW, potência que ultrapassa confortavelmente os postos de carga até aqui mais potentes do mercado (que pertenciam à Tesla, a 120 kW), os primeiros dos quais foram desenvolvidos pela portuguesa Efacec. Operando a 800V, em vez dos valores normais, que rondam cerca de 400V, estes novos equipamentos conseguem recarregar as baterias em metade do tempo, tornando as operações de carga mais céleres e menos problemáticas, pelo tempo que consomem.

Segundo o CEO da Porsche Cars North America, Klaus Zellmer, a rede de supercarregadores é fundamental para que alguns dos potenciais clientes deixem de ter o tempo necessário para “encher” as baterias e passem a considerar o veículo eléctrico como uma alternativa aos veículos que queimam combustíveis fósseis. Com a capacidade de carregar a 350 kW, os Porsche – e outros modelos das restantes marcas do Grupo Volkswagen, que esta marca de desportivos integra igualmente – reforçam a autonomia em mais 400 km, tendo apenas de estar ligados à rede 20 minutos.

Em relação ao custo desta energia, e depois de a marca já ter anunciado na Europa que pretendia vendê-la ao preço da gasolina, ou seja, mais cara do que em qualquer outro posto de carga, especialmente os da Tesla, onde ainda é gratuita, Zellmer explicou que “ainda é cedo para definir o custo, pois existem várias possibilidades, desde a compra de tudo incluído, carro e energia, à aquisição de um cartão cliente que torne o processo mais interessante”. Para depois concluir: “Existe ainda a possibilidade de os concessionários oferecerem energia aos seus clientes, como forma de fidelizá-los e propor novos produtos.”

Ainda segundo Zellmer, cada um dos 189 concessionários nos EUA vai possuir no mínimo um destes supercarregadores. Contudo, cada um destes postos a 350 kW implica um custo na ordem dos 100.000$. A isto é necessário aliar umas baterias para actuarem como “pulmão”, para não provocar um consumo excessivo da rede eléctrica do local, motivando quebras que poderiam limitar o funcionamento da empresa. Só na sede da Porsche nos EUA, em Atlanta, a marca vai instalar seis supercarregadores, com um custo aproximado de um milhão de dólares.

Os restantes 311 postos serão espalhados pelas principais vias rodoviárias, para os quais a marca germânica está à procura de parceiros, estando em negociações com três potenciais candidatos (Electrify America, ChargePoint e EVgo), todos eles já com redes de distribuição de energia para veículos eléctricos, mas não com esta potência.

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