Angola conta com cerca de dois milhões de crianças fora do sistema nacional de ensino no presente ano letivo, iniciado em fevereiro, de acordo com dados preliminares do Governo angolano. A informação foi prestada esta terça-feira aos jornalistas pela ministra da Educação, Cândida Teixeira, durante uma visita que está a realizar à província do Zaire, no norte do país.
“Ainda não temos o número total dos dados que estamos a pedir às províncias, mas rondam os dois milhões de crianças fora do sistema de ensino”, admitiu a governante. Angola conta neste ano letivo de 2018, que decorre entre fevereiro e dezembro, com cerca de 10 milhões de estudantes no ensino geral, sendo a falta de professores e de escolas, nomeadamente nas zonas mais isoladas, os principais motivos que provocam o afastamento de crianças do sistema de ensino.
“No próximo ano é tentar reduzir ao máximo o número dessas crianças, através da inserção de novos professores e também ver a possibilidade de construção de novas salas de aula”, reconheceu a ministra. Cândida Teixeira referiu igualmente que “uma das questões criticas” na área da educação em Angola é a falta de laboratórios e bibliotecas de apoio às escolas de todo o país.
Segundo o Governo angolano, até final deste mês deverá arrancar o concurso para a colocação de mais 20.000 professores no sistema de ensino nacional, conforme orientação aprovada em fevereiro, pelo Assembleia Nacional. Tratou-se de uma das recomendações aprovadas pelo parlamento, que fez o orçamento com a Educação em 2018 aumentar o equivalente a 46.458 milhões de kwanzas (178 milhões de euros), nomeadamente com a contratação pelo Estado de 20.000 novos professores para o ensino geral.
De acordo com a resolução sobre a proposta de OGE, aprovada no parlamento, este aumento de 9% recomendado ao Governo permitirá ao setor da Educação passar a ter um peso de 6% de todas as verbas alocadas para despesas do Estado em 2018. Os deputados colocaram como condição a executar pelo Governo a abertura de um concurso de admissão de até 20.000 novos professores para todos os níveis de ensino, primário e secundário, a nível nacional, “por forma a reduzir a atual carência de professores”, refere a resolução sobre a proposta de OGE de 2018, aprovada pelo parlamento.