Moita Flores, presidente da Câmara Municipal de Santarém em 2012 e por inerência da Águas de Santarém, empresa que foi esta terça-feira alvo de buscas, disse à Lusa estar de “consciência tranquila” e que o pagamento à RTP “foi legal”.

“Não há nada para explicar. Foi tudo legal e se fosse hoje fazia exatamente o mesmo”, afirmou Moita Flores à Lusa, depois de se ver implicado numa investigação do Ministério Público que hoje realizou buscas à sede da RTP e nos serviços de empresa municipal Águas de Santarém para apurar em que circunstâncias a empresa pagou duas faturas sobre os custos da gravação do programa “Justiça Cega” do qual era comentador residente e remunerado.

Moita Flores explicou que um dos programas “Justiça Cega”, que debatia temas da atualidade relacionadas com a justiça, foi transmitido em direto nas instalações do Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão e que a empresa Águas de Santarém pagou à RTP pela produção.

“Do ponto de vista jurídico, não há nada ilegal nesta parceria. A ideia foi dar a conhecer o novo tribunal”, garantiu o antigo presidente da câmara, adiantando que, na altura, já não era remunerado como comentador residente do programa.

Para Moita Flores, a investigação deste caso começou com cartas anónimas “de cobardolas e gente pérfida”, garantindo estar tranquilo porque “não houve nada de ilegal no pagamento”.

O Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora emitiu um comunicado referindo que estão a ser investigadas “as circunstâncias em que uma empresa municipal efetuou o pagamento de duas faturas relativas aos custos associados a gravação de um programa de informação da RTP em que era comentador residente remunerado um administrador da empresa municipal” e que não há arguidos.

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