O pintor português José Loureiro vai expor na Galerie Maubert, em Paris, de 26 de abril a 16 de junho, naquela que será a primeira exposição pessoal do artista na cidade, disse à Lusa o diretor da galeria. A mostra, intitulada “Isótopo”, vai contar com 30 peças realizadas entre 2007 e 2017, essencialmente óleos sobre papel e óleos sobre tela.
O diretor da galeria, Florent Maubert, afirmou à Lusa que quer mostrar, em Paris, o “trabalho excecional” de José Loureiro, um artista integrou a coleção do Centro Pompidou, em 2012, graças à doação da coleção de obras sobre papel de Florence e Daniel Guerlain.
“O seu trabalho está presente em muitas coleções, antes de mais portuguesas, mas a coleção Guerlain interessou-se, bastante cedo, pelo seu trabalho sobre papel e fez uma doação ao Centro Pompidou, em Paris. Esta vai ser a sua primeira exposição pessoal em Paris”, explicou. O galerista afirmou que o título — “Isótopo” – é “bastante misterioso” e foi uma sugestão do pintor.
“‘Iso’ significa ‘mesmo’, ‘topos’ significa ‘lugar’. Na verdade, as telas de José Loureiro colocam-nos em diferentes locais, cenários e representações (herdadas do seu gosto pela natureza morta), mas a exposição — que nos transporta para mais de dez anos de pintura — cria uma ligação entre diferentes espaços e encontra uma coerência seja em Lisboa ou em Paris”, continuou Florent Maubert.
O galerista acrescentou que se interessa pela “cena portuguesa que tem laços históricos fortes e importantes com a cena internacional, nomeadamente sul-americana” e que José Loureiro — como Helena Almeida — tem “ligações próximas com a linha da galeria: o traço, a gravidade, o gesto e um potencial de colaboração com a dança”.
Para Florent Maubert, a singularidade do trabalho de José Loureiro passa pela “simbiose entre a luz e o movimento” e pela sua capacidade em “sair da tela clássica para criar instalações de pintura”.
“José Loureiro baralha as fronteiras entre abstração e figuração e, aqui, as suas formas -quadrados, linhas, esferas — reganham vida pela gravidade e pelo movimento. Elas caem, agarram-se, rodam, colidem, suspendem-se. É uma engrenagem gigante que se revela diante dos nossos olhos”, escreveu o galerista no texto de apresentação da exposição, destacando que as formas são como “massas luminosas que palpitam”.
A exposição vai integrar, a 19 e 20 de maio, o programa “Lusoscopia — artistas portugueses em Paris”, uma iniciativa do Centro Camões de Paris. Nascido em 1961, José Loureiro vive e trabalha em Lisboa, expôs na Fundação Gulbenkian e no Museu do Chiado, em Lisboa, no Museu de Serralves, no Porto, e integrou a exposição consagrada à coleção Florence e Daniel Guerlain no Centro Pompidou, entre outubro de 2013 e abril de 2014.
Até 16 de setembro, no Museu Coleção Berardo, José Loureiro está na exposição “Linha, Forma e Cor”, que reúne obras de artistas portugueses e estrangeiros como Ângelo de Sousa, Fernando Calhau, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Fernanda Fragateiro, Yves Klein, Kazimir Malevich, Piet Mondrian, Bruce Nauman, Ad Reinhardt, Frank Stella, Cy Twombly, entre outros.