Como? A resposta é com “engenho”. Afinal, o ambiente é de gravidade zero no espaço. À BBC, Jerry Swain, da NASA, explicou que quando tem que urinar, o astronauta fá-lo para um tubo que aspira a urina. Esta será posteriormente transformada em água potável através do Urine Processor Assembly Hardware Improvements Investigation, um processo de destilação em vácuo que utiliza a centrifugação para compensar a falta de gravidade. Porém, e quando os resíduos são sólidos e não líquidos, a sucção continua a ser essencial. Depois de aspirados, os dejetos são armazenados num recipiente que, para uma tripulação de oito astronautas, precisa de ser substituída em média de 10 em 10 dias.

As casas de banho são utilizadas apenas em viagens de longa duração e nas estações espaciais. Quando os astronautas têm que usar os seus fatos espaciais durante oito a 12 horas, têm que utilizar fraldas de alta absorção.

Em 2016, em parceria com a HeroX, a NASA lançou o desafio Space Poop Challenge. Qualquer um podia enviar projetos para um dispositivo, discreto, que pudesse armazenar tanto a urina, como as fezes e a menstruação dentro do próprio fato espacial do astronauta. O prémio para o projeto vencedor era de cerca de 30 mil dólares. E o vencedor do projeto foi o cirurgião Tatcher Cardon, que desenhou um compartimento que cabe na parte inferior do fato espacial, compartimento que, por sua vez, tem uma abertura que permite aos astronautas mudar as fraldas ou as roupas interiores expansíveis. A inspiração do projeto foram as cirurgias invasivas, grandes operações com pequenos cortes.

[Um vídeo publicado pela Agência Espacial Europeia explica, com a ajuda da astronauta astronauta italiana Samantha Cristoforetti, como se processa a ida à casa de banho 418 quilómetros acima da Terra.]

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