As negociações para aumentos salariais dos trabalhadores bancários estão num impasse, segundo a federação sindical ligada à UGT, que acusa os bancos de terem falhado o compromisso de avaliarem uma nova proposta de aumentos acima dos 0,4% iniciais. Segundo o comunicado publicado no ‘site’ do Sindicato dos Bancários do Norte (um dos sindicatos que integra a Febase — Federação do Setor Financeiro), a reunião realizada terça-feira, 17 de abril, “nada trouxe de novo para desfazer o impasse a que as partes tinham chegado”.
A Febase diz que, apesar do compromisso assumido pelos bancos, na reunião anterior, de avaliarem uma nova proposta de aumento salarial, o grupo que negoceia pelos bancos disse, no último encontro, que “não tinha tido tempo para refletir sobre a sua posição à mesa das negociações”. Além disso, acrescentou a Federação sindical, o grupo negociador dos bancos “partiu à ofensiva, exigindo [à Febase] uma nova contraproposta por escrito [até à próxima reunião], como prova da sua predisposição para negociar”.
Essa exigência levou a federação sindical a pedir a suspensão dos trabalhos e, no regresso, informou que não entendia a posição dos bancos “dado as negociações já estarem a decorrer, não existindo assim razão para tal ser efetuado por escrito”, considerou. A reunião terminou com o agendamento de um novo encontro para 09 de maio, com a Febase a acusar no comunicado o grupo negociador pelos bancos de “intransigência” e “prepotência”.
A Febase tem exigido aumentos salariais de 3%, bem acima dos 0,4% que os bancos propõem, o que justifica a inflação e os ganhos da economia, considerando que os bancos também têm beneficiado do melhor ambiente macroeconómico “como se comprova nos sinais de grande recuperação que têm vindo a dar, percetíveis nos resultados apresentados”.
Em março, o presidente do Sindicato dos Bancários do Norte disse à Lusa que os trabalhadores poderão avançar para manifestações caso os bancos não melhorem a sua proposta de aumento salarial, por considerarem “inaceitáveis” os 0,4% propostos. “É tempo de os bancários começarem a ponderar ações de luta face a esta intransigência da banca”, afirmou então Mário Mourão.