Ativismo gastronómico: já ouviu falar desta ideia? Caso a resposta seja “sim”, ótimo, provavelmente já é uma pessoa que se alimenta bem e de forma sustentável. Já se o conceito lhe for desconhecido, então esta segunda-feira, 23 de abril, tem uma ótima oportunidade de ficar a conhecer melhor esta ideia e tudo aquilo que ela traz consigo no Simpósio Sangue na Guelra 2018.
Com o tema “Cooktivism” como estandarte, este ciclo de palestras que decorre entre as 9h e as 18h30 (venha aqui comprar os bilhetes, custam entre 25 e 60 euros), reúne vários nomes importantes do panorama gastronómico mundial para discutir temas como a sustentabilidade, a fome e o desperdício, por exemplo. De entre o rol de oradores encontram-se nomes como o de Francisco Sarmento, da FAO em Portugal (a Food and Agriculture Orgnization, das Nações Unidas); Alfredo Sendim, da exploração agrícola Herdade do Freixo do Meio; Bo Songvisava e Dylan Jones, do restaurante tailandês Bo.Lan ou até o da jornalista brasileira Alexandra Forbes. Contudo, o grande destaque vai para o “cabeça-de-cartaz” Alex Atala, chef brasileiro responsável pelo restaurante D.O.M., em São Paulo, organizador do evento Fru.to (evento semelhante a este Sangue na Guelra que decorre no Brasil) e líder do Instituto ATÁ, organização criada pelo próprio que reúne esforços ambientalistas, fotógrafos, publicitários, antropólogos e jornalistas para recuperar produtos endógenos brasileiros.
O casal de cozinheiros Bo e Dylan,por exemplo, vão falar do seu restaurante em Banquegoque, espaço onde apalavra “sustentabilidade” é chave para tudo, dos painéis solares que dão energia à cozinha à reutilização de determinados ingredientes como forma de combater o desperdício. Quem partilha estes mesmos ideais é Douglas McMaster, outro orador convidado que vem de Brighton, em Inglaterra, e cujo restaurante, o Silo, já conquistou vários prémios internacionais ligados à sustentabilidade e consumo responsável.
Estes são alguns dos exemplos daquilo que aqui vai poder encontrar (consulte aqui o programa completo). Depois de a edição de 2017 já se ter começado a debruçar nestes temas, a organização do evento — a cargo da Amuse Bouche — dá continuidade ao assunto dando mais enfoque a projetos de ativismo gastronómico espalhados pelo mundo.
A organização espera conseguir ajudar na criação de um novo Estatuto para a Agricultura Familiar, um Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ou ainda uma Lei de Bases do Direito Humano à Alimentação Adequada. Como não deixa de ser um evento gastronómico, pode contar com um almoço (entre as 13h e as 15h) confecionado pelos chefs Manuel Liebaut (Loco), Luís Gaspar (Sala de Corte) e Carlos Mateus (Avenida SushiCafé).