Foi a Manager Magazin a primeira a avançar com a notícia de que a dona da Mercedes e da Smart, a Daimler, pretende adquirir uma participação na Volvo. Intenção esta que o grupo germânico refutou, em declarações à Reuters, sublinhando que tudo o que seja noticiado a esse respeito não passa de “pura especulação”.
A Volvo recusou comentar, mas a Daimler, ao reagir assim, acabou por relançar a discussão acerca dos interesses que poderão estar em cima da mesa, para justificar uma acção que, convenhamos, é cada vez mais frequente entre os construtores automóveis. Mesmo que, à primeira vista, possa parecer contra natura. A prová-lo, basta recordar a recente aliança firmada entre a Mercedes e a BMW – rivais desde sempre –, que se uniram para reforçar a sua estratégia de mobilidade, nomeadamente no que toca às soluções de car-sharing.
De acordo com as informações veiculadas pela Reuters, se a Daimler avançasse para compra de uma “fatia” da Volvo, tal permitiria às duas companhias não só reforçar a respectiva competitividade, como conduziria quase certamente a uma partilha de tecnologias e de soluções. O que é válido quer em termos do impulso dos veículos eléctricos, quer no que toca ao alcance de diferentes soluções de mobilidade. Traduzindo, seria bem mais fácil assim fazer frente a adversários como a Tesla ou a Uber.
Ora, além de terem praticamente os mesmos “inimigos” comuns, o que mais une Volvo e Daimler? A resposta é Li Shufu, o chinês que é dono da Geely e de um império que não pára de alargar no universo automóvel. Se Shufu passou de indesejado a bem-vindo junto dos alemães, poderá “convencê-los” com a mesma pressa das vantagens de a Daimler, de que é o maior accionista, adquirir uma participação na Volvo, que controla via Geely.