Não há sequer discussão possível. Desde 1906, ano em que foi fundada por Charles Rolls e Frederick Royce, a Rolls-Royce fabrica automóveis incríveis, entre o belo e o sólido e entre o requinte e a sofisticação. De longas berlinas como o Phanthom a coupés não menos gigantescos como o Wraith, passando por uns deslumbrantes descapotáveis como o Dawn, o fabricante que se prepara agora para colocar no mercado o seu primeiro SUV, o Cullinan, sempre viu os seus produtos figurarem num dos lugares de topo da lista dos mais luxuosos e caros do mercado. Mas os artífices que os produzem, com o requinte de uma peça de arte, provaram que até são capazes de fabricar modelos bem mais pequenos e baratos, desde que seja por uma boa causa.

O modelo a que nos referimos está há um ano ao serviço do St. Richard’s Hospital Pediatric Day Surgery Unit, em West Sussex. Ao contrário de todos os outros veículos fabricados pela Rolls, este é 100% eléctrico e foi concebido para transportar apenas o condutor. E tem um objectivo: alegrar o dia-a-dia das crianças que aguardam intervenções, ou convalescem delas. E o mini Rolls é tão popular que até os pais dos petizes querem dar uma voltinha, pelos corredores do hospital.

Depois de um ano de árduo serviço, o Rolls-Royce SRH (de St. Richard’s Hospital) regressou à fábrica para uma revisão, obviamente gratuita, pois a garantia para a marca britânica é uma coisa sagrada, especialmente neste caso. O pequeno modelo eléctrico necessitou de 400 horas de trabalho para ser produzido e pesa 135 kg, já com as baterias de 24 V, que alimentam o motor eléctrico que o impulsiona até aos 16 km/h. Contudo, para evitar atropelamentos ou acidentes, nos corredores da unidade de pediatria, a sua velocidade máxima foi reduzida a metade. Com 1,65 metros de comprimento, este que é o primeiro Rolls monolugar, aloja uma criança com a mesma facilidade de um adulto.

Segundo os responsáveis pela unidade pediátrica, o pequeno Rolls-Royce tornou-se rapidamente a mascote do hospital, sendo que no mínimo uma das crianças é convidada a passear pelos corredores, decorados com sinais de trânsito para os habituar às regras do tráfego. Mas o mais importante é o contributo positivo que o veículo dá ao ânimo das crianças, algumas a lidar com problemas graves, melhorando-lhes a moral, meio caminho andado para lhes recuperar as maleitas físicas, de acordo com os médicos do St. Richard’s.

Depois de revisto, com a marca a não revelar se as baterias continuam a garantir a necessária autonomia, ou se precisaram de ser substituídas, o pequeno Rolls regressou já ao activo, ao serviço da criançada, que poderá disfrutar de mais 12 meses de condução desenfreada. Os miúdos adoram e, aparentemente, alguns dos progenitores também. Ao fim e ao cabo, não é todos os dias que se podem dar uma voltinha de Rolls-Royce.

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