O primeiro-ministro pediu esta segunda-feira urgente consenso político em torno do novo aeroporto internacional e defendeu que o turismo em Portugal tem ainda margem para crescer caso se reforce a diversificação da oferta. António Costa falava na cerimónia de posse da recondução de Carlos Calheiros no cargo de presidente da direção da Confederação do Turismo de Portugal, que decorreu em Lisboa e em que também esteve presente o ex-líder do PSD e ex-chefe do Governo Pedro Passos Coelho.
“Importa concentrarmo-nos no futuro e recuperar o tempo perdido, assegurando rapidamente a solução duradoura, politicamente consensual, para dotarmos o país de um aeroporto internacional com a capacidade que o crescimento do tráfego aéreo necessariamente impõe”, defendeu o primeiro-ministro na parte final do seu discurso. Antes de António Costa, já o presidente da Confederação do Turismo Português tinha colocado como questão de resolução urgente a abertura de um novo aeroporto.
Neste ponto, António Costa avisou mesmo que não se cansará de repetir “o quanto é absolutamente essencial para grandes investimentos públicos o país ser capaz de construir consensos políticos alargados”. “Isto com a consciência de que cada decisão de fazer ou de não se fazer nunca será uma decisão cujos efeitos se esgotem na legislatura em que é tomada, mas que duradouramente se projeta para décadas e séculos posteriores”, sustentou.
Na perspetiva do primeiro-ministro, a solução base assumida pela ANA – Aeroportos de Portugal e pelo Estado Português em relação ao Montijo, distrito de Setúbal, “deve ser objeto de todos os estudos necessários para que não haja dúvidas, hesitações e se tomem as decisões que urge tomar”. “Temos de recuperar tão rapidamente possível o tempo que estamos atrasados para dotar o país com um novo aeroporto internacional com a capacidade que Portugal carece”, completou.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro mostrou-se também convicto que o turismo em Portugal tem ainda margem de crescimento caso se aposte na diversificação da oferta, designadamente na valorização do património cultural e das regiões do interior, bem como no turismo de congressos. Nos últimos dois anos, de acordo com os dados citados pelo primeiro-ministro, houve 41 novos congressos internacionais em Portugal, o que “ajuda a quebrar o fator da sazonalidade” inerente a esta atividade.
Ainda no que respeita às questões relativas à acessibilidade, mencionadas no discurso anterior de Francisco Calheiros, o líder do executivo referiu-se à abertura nos últimos dois anos “de 104 novas rotas e operações no período de inverno”, bem como de “42 no período do verão”. “Esta questão das acessibilidades, como é evidente, dá atualidade a novos desafios que se colocam ao país”, observou António Costa – aqui, outra vez numa alusão ao problema de o aeroporto de Lisboa ter atingido o limite de capacidade no ano passado.
Na sessão, estiveram também presentes os ministros da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, e do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, bem como o antigo ministro social-democrata José Luís Arnaut, que esta segunda-feira tomou posse como membro da direção da Confederação do Turismo Português em representação da ANA – Aeroportos de Portugal.