O kwanza angolano voltou a depreciar-se esta semana, face ao euro, pela terceira vez em abril, acumulando uma perda de quase 32% desde a aplicação do regime flutuante cambial, com taxas de câmbio formadas nos leilões de divisas.

Esta depreciação, que foi mais acentuada em janeiro e que desde fevereiro tem rondado um ritmo de quase 1% por semana, foi confirmada pela Lusa com cálculos feitos a partir das taxas cambiais oficiais do Banco Nacional de Angola (BNA), de 1 de janeiro e de 25 de abril.

Esta quarta-feira, a taxa de câmbio média do euro cifra-se nos 270,947 kwanzas, quando a 1 de janeiro era de 185,40 kwanzas, o que representa uma depreciação superior a 31,5% no espaço de três meses e meio. Já o dólar norte-americano é hoje cotado à taxa média de 219 kwanzas, quando há três meses valia 165,92 kwanzas, uma depreciação, neste caso, à volta de 24%.

A atual taxa de câmbio oficial foi formada após o último leilão de divisas, realizado na quarta-feira pelo BNA e que permitiu a colocação de 25 milhões de euros, destinados à cobertura de vários serviços, incluindo assistência técnica, consultoria, resseguro, licenças e patentes.

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Nesta sessão, em que contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio as propostas de 13 dos 25 bancos participantes no leilão – no âmbito do novo regime flutuante cambial, iniciado a 09 de janeiro -, o euro passou a valer (na compra pelos clientes) 270,9 kwanzas, correspondente a uma depreciação de 0,925%, segundo o BNA.

No leilão de divisas desta semana, o 19.º do género, voltaram a ser aplicadas as regras anunciadas no final de janeiro pelo governador do BNA, José de Lima Massano, alterando os limites das propostas que podiam ser apresentadas pelos bancos, que depois são utilizadas para formar a taxa de câmbio do kwanza face ao euro.

A 18 de janeiro, um outro leilão ao abrigo deste modelo – em que os bancos apresentam propostas de compra de divisas em kwanzas – foi suspenso pelo BNA, por as propostas terem ultrapassado o limite máximo (da cotação) definido pelo banco central para estas vendas, acima dos 300 kwanzas por cada euro.

Na reação, o BNA convocou os bancos comerciais para uma reunião, no dia seguinte, e revelou os novos contornos do modelo de leilão de divisas (euros), em que as propostas da “margem máxima” sobre a taxa de referência – ou seja o valor que os bancos podem colocar como apreciação ou depreciação da taxa de câmbio -, “não pode ser superior nem inferior a 2%”.

“Significa que em qualquer um dos leilões, a variação máxima que poderá acontecer será de 2%, não mais, não menos”, avançou o governador do BNA, no final daquela reunião.

Desde então, a depreciação do kwanza face ao euro e ao dólar norte-americano tem sido inferior a 1% por semana.

No modelo cambial anterior, até 09 de janeiro, a cotação era fixada diretamente pelo BNA, com o kwanza indexado ao dólar norte-americano, mas passou então a ter moeda europeia como referência para o mercado nacional.